Inserida no currículo do curso de Letras em 1961, a Teoria Literária e Literatura Comparada respondem pela introdução do aluno a estudos literários gerais, bem como, à noções teóricas especializadas, indispensáveis a uma boa formação acadêmica. No ano seguinte, Teoria da Literatura passou a ser designada como Teoria Literária e Literatura Comparada, por iniciativa do Prof. Antônio Cândido, visando assegurar o estudo das literaturas estrangeiras e um espaço institucional para a Literatura Comparada. Os objetivos? Ensinar evitando teorizar demais, apresentando como os conceitos “funcionam” na prática imediata, bem como, entrar em contato com os “clássicos” de maneira atualizada. Referindo-se às perspectivas que o ensino de Letras acenam, João Camilo dos Santos, diretor do Centro de Estudos Portugueses da Universidade da Califórnia (Santa Bárbara - EUA), afirmou, na abertura do I Simpósio Ciência, Literatura e Cultura, que é o Ensino Comparado de Literatura, permitindo relacionar conceitos, culturas e formas de expressão literária dos quatro cantos do mundo, muito do futuro do ensino literário mundial.Camilo, incentivando o levantamento de anotações marginais que, amadurecidas em reflexões práticas, fortalece o ineditismo que as dissertações e teses destes podem fomentar, entende que, uma vez que a produção científica da área de Teoria Literária e Literatura Comparada se compõem de trabalhos que recobrem o estudo de aspectos teóricos da poesia e do romance de diferentes nacionalidades, tais manuscritos apresentam maiores chances de serem aceitos em periódicos indexados internacionais, de alto impacto.
Já em relação à tradução das obras nacionais, Camilo entende que não basta o domínio da língua portuguesa e da língua original de uma determinada obra para que a tradução desta seja de boa qualidade. O tradutor, segundo ele, deve dominar a estilística literária, ou seja, saber dizer “literariamente” a força ou suavidade do autor que se está a traduzir. Desta forma, a psicanálise, a história, a genética textual, a política, a música e muitas outras áreas poderiam voltar a receber o olhar cada vez mais interessado do tradutor, para que este se “alimentasse” de toda a riqueza cultural com que estas imbuiriam sua interpretação e posterior tradução.
Leia maisGazeta de Ribeirão 28.06.09