quarta-feira, 24 de junho de 2009

Maupassant revisitado

Cento e vinte e cinco contos, mais de 800 páginas e quase um ano de trabalho diário. São essas as medidas da mais recente obra do escritor gaúcho Amilcar Bettega – a imersão naquele que é um dos maiores contistas que o mundo já viu, o francês Guy de Maupassant (1850 – 1893), autor de clássicos como Bola de Sebo, O Horla e Carta de um Louco, todos presentes no catatau lançado recentemente pela Companhia das Letras.
Os tais 125 Contos de Guy de Maupassant foram escolhidos pela psicanalista Noemi Moritz Kon, que assina o texto de apresentação do livro – aliás, há uma falha de edição: nem Noemi, nem Amilcar são devidamente apresentados. Não custa lembrar: Amilcar, 45 anos, é também contista, vencedor do Prêmio Portugal Telecom com Os Lados do Círculo (2004). Em entrevista por e-mail de Paris, onde mora há seis anos e meio (“Por razões familiares, visto que minha mulher é daqui”), onde dá aulas de português na Sorbonne Nouvelle – Paris 3 e onde escreve um romance para o projeto Amores Expressos (da Cia. das Letras) inspirado em viagem a Istambul, o gaúcho de São Gabriel comenta a insana porém adorável empreitada que foi traduzir Maupassant:
– Sou muito lento, checo palavra por palavra, depois a frase, o conto todo, o ritmo. Creio que jamais vou aceitar fazer um trabalho dessa envergadura. Mas para alguém que, como eu, é fã do gênero conto e que também os escreve, foi como ter aulas com um dos maiores mestres no assunto.

Leia a entrevista

Zero Hora, 24.06.09