ARAD, Israel - Há quatro décadas Amos Oz é conhecido em Israel e em todo o mundo por duas de suas características: sua visão política ardentemente liberal e a observação íntima presente na sua ficção. Ele sempre insistiu que se tratam de coisas distintas, e de fato assim parecem ser. Seus romances e contos não são alegorias do conflito palestino, mas histórias profundamente humanas de ambiguidade e melancolia. Os ensaios políticos, por sua vez, expõem argumentos com transparência completa.
Nos seus 70 anos, comemorados na semana passada com um festival de três dias em Arad e uma conferência acadêmica realizada na Universidade Ben-Gurion em Bersheva, além do lançamento simultâneo da tradução inglesa do seu mais novo romance e de uma nova coletânea de obras traduzidas de ficção e não ficção intitulada O Leitor de Amos Oz, ele oferece uma oportunidade de enxergar seus dois estilos de escrita por meio de uma única lente. Ficção e não ficção emanam da mesma fonte, diz ele - a empatia. As duas tentam imaginar o próximo.
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