Documentário sobre Patativa do Assaré mostra o reconhecimento internacional da sua obra, especialmente na França, com depoimentos da brasilianista Sylvie Debs e de Jean Pierr Rousseau, seu tradutor para o francês, que recorda o esforço para manter a fidelidade à métrica e musicalidade peculiares dos versos do brasileiro.
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2009/05/21/documentario-recupera-figura-do-poeta-patativa-do-assare-755963135.asp
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Machado de Assis: tradutor ou recriador
A juventude de Machado de Assis chega agora em junho de 2009 às livrarias em lançamento da Editora da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A Crisálida Livraria e Editora, de Belo Horizonte, deu à estampa o ensaio Machado de Assis tradutor, com tradução do editor Oséias Silas Ferraz, que constitui um complemento à tese de doutoramento que o professor Jean-Michel Massa defendeu em 1969 na Faculdade de Letras da Universidade de Poitiers, na França, e que resultou naquela monumental biografia.
Originalmente, essa tese complementar traz um apêndice com traduções (inéditas) de duas peças por Machado de Assis, “Os burgueses de Paris” e “Tributos da mocidade”, que, porém, não constam deste livro impresso. Ao lado de uma terceira peça traduzida, “Forca por forca”, essas duas peças, aliás, compõem Três peças francesas traduzidas por Machado de Assis, com notas de Jean-Michel Massa, que, em lançamento da Crisálida, chega às livrarias juntamente que a segunda edição de A juventude (...). Feliz coincidência.
http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/21-05-2009/27045-machadoassistrad-0
Originalmente, essa tese complementar traz um apêndice com traduções (inéditas) de duas peças por Machado de Assis, “Os burgueses de Paris” e “Tributos da mocidade”, que, porém, não constam deste livro impresso. Ao lado de uma terceira peça traduzida, “Forca por forca”, essas duas peças, aliás, compõem Três peças francesas traduzidas por Machado de Assis, com notas de Jean-Michel Massa, que, em lançamento da Crisálida, chega às livrarias juntamente que a segunda edição de A juventude (...). Feliz coincidência.
http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/21-05-2009/27045-machadoassistrad-0
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Quais os brasileiros que os estrangeiros leem
A criação de uma rede transnacional pela internet, dedicada à instalação de um banco de dados, levou os organizadores do projeto "Conexões Itaú Cultural - Mapeamento Internacional da Literatura Brasileira", iniciado no ano passado, a levantar informações curiosas não só para os escritores como para o mercado editorial brasileiro. A primeira delas é que nem só de Paulo Coelho vive a literatura do Brasil.
O escritor vivo mais citado numa pesquisa desenvolvida com tradutores, professores e bibliotecários estrangeiros de 19 países pelos organizadores do projeto não foi Coelho, mas o autor gaúcho Moacyr Scliar, de 62 anos, autor de 17 romances, livros de contos e infantis. A equipe de reportagem do "Grupo Estado" teve acesso exclusivo à lista dos nomes mais lembrados pelos participantes da pesquisa - liderada, como era de se esperar, pelo canônico Machado de Assis, citado 25 vezes na relação dos 55 especialistas consultados, seguido por Clarice Lispector e Guimarães Rosa.
Não é só uma lista dos dez mais. Ela incorpora todos os autores citados mais de uma vez pelos tradutores e professores de português em universidades estrangeiras, trazendo nomes recém traduzidos para o inglês, caso do escritor e redator-chefe da revista "Veja", Mário Sabino, autor de "O Dia em Que Matei Meu Pai", que recebeu uma entusiasmada crítica na Austrália. Casos como o de Sabino, com uma carreira relativamente curta na ficção e considerável índice de lembrança entre os pesquisados, atestam que a difusão e o alcance da literatura brasileira no exterior cresceram muito com a presença de editoras brasileiras em feiras internacionais e a troca de informações pela internet entre autores, tradutores e professores.
O Instituto Itaú Cultural já realiza um trabalho de coleta de referências sobre escritores brasileiros por meio de sua Enciclopédia Virtual da Literatura Brasileira, disponível na internet, mas o projeto de mapeamento é ainda mais ambicioso, pretendendo funcionar como uma "cartografia digital da cultura brasileira", segundo Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Diálogos do instituto. Um conjunto de ações começa a ser implementado para ampliar o banco de dados do Itaú sobre literatura, desde a gravação de um programa de rádio com escritores até o lançamento de um blog - já no ar - para captar informações sobre a presença e a recepção da literatura brasileira no mundo.
Outra estratégia do instituto é a realização de encontros anuais entre críticos e escritores para discutir literatura brasileira, como Encontros de Interrogação, cuja quarta edição começa hoje com debates sobre o espaço da literatura brasileira. Durante o evento serão divulgados os resultados da pesquisa.
O editor Felipe Lindoso, consultor de Literatura do Itaú, diz, a respeito da pesquisa com os estrangeiros, que a radiografia da literatura brasileira no exterior não pretendeu reforçar a dicotomia entre alta literatura e literatura de entretenimento. Tanto que Paulo Coelho aparece na lista com quatro citações, mesmo número alcançado por João Ubaldo Ribeiro e Murillo Mendes, todos atrás de Chico Buarque (sete menções) e Mario de Andrade (sete menções).
Entre os estrangeiros consultados estão nomes respeitadíssimos como o do tradutor alemão Berthold Zilly, da Universidade de Berlim, que traduziu "Memorial de Aires", o último romance de Machado de Assis, e o norte-americano Charles A. Perrone, autor de um livro sobre Chico Buarque e grande especialista em Haroldo de Campos.
Segundo a pesquisa do Itaú com esses especialistas, há ainda alguns obstáculos que dificultam a entrada dos escritores - especialmente os novos - no mercado internacional. A última Feira de Frankfurt pode ter reunido 43 editores brasileiros e levado quase dois mil títulos para a Alemanha, mas as ações governamentais são quase nulas na área, segundo a pesquisa. Não há incentivo para o ensino do português em países estrangeiros ou um programa oficial que promova traduções lá fora que funcione, nem mesmo o da Fundação Biblioteca Nacional, dizem os especialistas da área. "Está crescendo o interesse geral no Brasil e a literatura apenas pega carona", diz o americano Charles Perrone, que depende de traduções para ensinar literatura brasileira na Universidade da Flórida.
"Quanto aos autores novos, o especialista estrangeiro recorre a sites como o Cronópios para se informar", conta Claudiney Ferreira, que se inspirou num relatório publicado por Ricardo Reis há 32 anos, na revista "Escrita", para elaborar a pesquisa e mandar as perguntas aos estrangeiros.
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tp=§ion=Blogs&blog=612&post=183101&tipo=1&coldir=1&topo=4198.dwt
O escritor vivo mais citado numa pesquisa desenvolvida com tradutores, professores e bibliotecários estrangeiros de 19 países pelos organizadores do projeto não foi Coelho, mas o autor gaúcho Moacyr Scliar, de 62 anos, autor de 17 romances, livros de contos e infantis. A equipe de reportagem do "Grupo Estado" teve acesso exclusivo à lista dos nomes mais lembrados pelos participantes da pesquisa - liderada, como era de se esperar, pelo canônico Machado de Assis, citado 25 vezes na relação dos 55 especialistas consultados, seguido por Clarice Lispector e Guimarães Rosa.
Não é só uma lista dos dez mais. Ela incorpora todos os autores citados mais de uma vez pelos tradutores e professores de português em universidades estrangeiras, trazendo nomes recém traduzidos para o inglês, caso do escritor e redator-chefe da revista "Veja", Mário Sabino, autor de "O Dia em Que Matei Meu Pai", que recebeu uma entusiasmada crítica na Austrália. Casos como o de Sabino, com uma carreira relativamente curta na ficção e considerável índice de lembrança entre os pesquisados, atestam que a difusão e o alcance da literatura brasileira no exterior cresceram muito com a presença de editoras brasileiras em feiras internacionais e a troca de informações pela internet entre autores, tradutores e professores.
O Instituto Itaú Cultural já realiza um trabalho de coleta de referências sobre escritores brasileiros por meio de sua Enciclopédia Virtual da Literatura Brasileira, disponível na internet, mas o projeto de mapeamento é ainda mais ambicioso, pretendendo funcionar como uma "cartografia digital da cultura brasileira", segundo Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Diálogos do instituto. Um conjunto de ações começa a ser implementado para ampliar o banco de dados do Itaú sobre literatura, desde a gravação de um programa de rádio com escritores até o lançamento de um blog - já no ar - para captar informações sobre a presença e a recepção da literatura brasileira no mundo.
Outra estratégia do instituto é a realização de encontros anuais entre críticos e escritores para discutir literatura brasileira, como Encontros de Interrogação, cuja quarta edição começa hoje com debates sobre o espaço da literatura brasileira. Durante o evento serão divulgados os resultados da pesquisa.
O editor Felipe Lindoso, consultor de Literatura do Itaú, diz, a respeito da pesquisa com os estrangeiros, que a radiografia da literatura brasileira no exterior não pretendeu reforçar a dicotomia entre alta literatura e literatura de entretenimento. Tanto que Paulo Coelho aparece na lista com quatro citações, mesmo número alcançado por João Ubaldo Ribeiro e Murillo Mendes, todos atrás de Chico Buarque (sete menções) e Mario de Andrade (sete menções).
Entre os estrangeiros consultados estão nomes respeitadíssimos como o do tradutor alemão Berthold Zilly, da Universidade de Berlim, que traduziu "Memorial de Aires", o último romance de Machado de Assis, e o norte-americano Charles A. Perrone, autor de um livro sobre Chico Buarque e grande especialista em Haroldo de Campos.
Segundo a pesquisa do Itaú com esses especialistas, há ainda alguns obstáculos que dificultam a entrada dos escritores - especialmente os novos - no mercado internacional. A última Feira de Frankfurt pode ter reunido 43 editores brasileiros e levado quase dois mil títulos para a Alemanha, mas as ações governamentais são quase nulas na área, segundo a pesquisa. Não há incentivo para o ensino do português em países estrangeiros ou um programa oficial que promova traduções lá fora que funcione, nem mesmo o da Fundação Biblioteca Nacional, dizem os especialistas da área. "Está crescendo o interesse geral no Brasil e a literatura apenas pega carona", diz o americano Charles Perrone, que depende de traduções para ensinar literatura brasileira na Universidade da Flórida.
"Quanto aos autores novos, o especialista estrangeiro recorre a sites como o Cronópios para se informar", conta Claudiney Ferreira, que se inspirou num relatório publicado por Ricardo Reis há 32 anos, na revista "Escrita", para elaborar a pesquisa e mandar as perguntas aos estrangeiros.
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt&tp=§ion=Blogs&blog=612&post=183101&tipo=1&coldir=1&topo=4198.dwt
quarta-feira, 20 de maio de 2009
The Linguists - Documentário
Uma colega da tradinfo postou sobre esse documentário bem interessante exibido no Sundance.
http://www.thelinguists.com/
"Like modern-day explorers, the two academics featured in The Linguists travel to forgotten places around the globe to unearth rare treasures—in this case, endangered languages. On a shoestring budget, professors David Harrison and Gregory Anderson navigate difficult terrain, searching for speakers of these forgotten and mostly hidden languages. While more than 7,000 different languages are currently spoken around the world, many are rapidly disappearing. Language diversity is shrinking as colonialism and economic unrest destroy traditional tribal tongues. "
http://www.thelinguists.com/
"Like modern-day explorers, the two academics featured in The Linguists travel to forgotten places around the globe to unearth rare treasures—in this case, endangered languages. On a shoestring budget, professors David Harrison and Gregory Anderson navigate difficult terrain, searching for speakers of these forgotten and mostly hidden languages. While more than 7,000 different languages are currently spoken around the world, many are rapidly disappearing. Language diversity is shrinking as colonialism and economic unrest destroy traditional tribal tongues. "
Libras ganha bacharelados
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) ganhou dois bacharelados na Região Sul. A graduação começa a ser oferecida neste inverno, no vestibular suplementar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e no Centro Universitário Metodista IPA, em Porto Alegre.No Estado, o curso terá sete semestres, no turno da tarde, com carga de 2.984 horas, entre aulas, atividades complementares e estágios. A matriz curricular apresenta disciplinas compartilhadas com as licenciaturas em Letras e outros cursos da instituição. Em Santa Catarina, a formação é uma evolução da primeira licenciatura em libras da América Latina ministrada à distância. A UFSC passa a oferecer 40 vagas, no campus Florianópolis, distribuídas em dois cursos: licenciatura em Letras-Libras e bacharelado em Letras-Libras, com duração de oito semestres. Na licenciatura, o objetivo é formar professores para atuar no ensino de Libras. O bacharelado forma tradutores e intérpretes.Os primeiros cursos superiores de Libras atendem à Lei 10.436 que trata da educação e da inclusão do surdo na sociedade. O profissional atenderá mais de 3% da população brasileira em ambiente escolar e em órgãos públicos. Conforme a diretora administrativa da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) no Estado, Vânia Chiella, a criação dos cursos é um marco na luta dessa comunidade.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2515753.xml&template=3898.dwt&edition=12354§ion=1043
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2515753.xml&template=3898.dwt&edition=12354§ion=1043
terça-feira, 19 de maio de 2009
US interpreter who witnessed torture in Iraq shot herself with service rifle
It is possible that one of the victims of the United States' torture policy is a young, devout Mormon woman from Arizona called Alyssa Peterson. She was a soldier who not only saw the rough interrogation methods that the US military used on Iraqi prisoners, but was deeply troubled by them. Some weeks after formally protesting about them to her superiors, and asking to be reassigned, she took her gun and killed herself. The cause of her death was kept secret for two years, and the mystery of what Peterson witnessed, and the content of the notes she made, still goes on.
It was in September 2003 at Tal-Afar air base, northern Iraq, that Specialist Peterson, serving with a military intelligence section of the 101st Airborne, came across interrogation methods very different from the ones she had known in training. An Arab-speaker, Peterson was assigned to work as an interpreter at interrogation sessions in a unit known as "The Cage". After only two nights, she refused to take further part in the sessions and was reassigned. Then, on 15 September, she shot herself with her service rifle. A notebook recording her thoughts was found by her body. Its contents were blanked out in the subsequent official report.
http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/us-interpreter-who-witnessed-torture-in-iraq-shot-herself-with-service-rifle-1674399.html
It was in September 2003 at Tal-Afar air base, northern Iraq, that Specialist Peterson, serving with a military intelligence section of the 101st Airborne, came across interrogation methods very different from the ones she had known in training. An Arab-speaker, Peterson was assigned to work as an interpreter at interrogation sessions in a unit known as "The Cage". After only two nights, she refused to take further part in the sessions and was reassigned. Then, on 15 September, she shot herself with her service rifle. A notebook recording her thoughts was found by her body. Its contents were blanked out in the subsequent official report.
http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/us-interpreter-who-witnessed-torture-in-iraq-shot-herself-with-service-rifle-1674399.html
sábado, 16 de maio de 2009
Uma profissão em alta
Há mais de 20 anos não é realizado concurso para nomeação de profissionais como tradutor juramentado no Estado de Santa Catarina. A Junta Comercial de Santa Catarina (Juncesc) e a Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) abriram 17 vagas de tradutores públicos e intérpretes comerciais para preenchimento por concurso público, iniciando no próximo dia 24 de maio. São mais de 430 inscritos para cinco idiomas: 47 para o alemão, 50 para o francês, 67 para o espanhol, 84 para o italiano e 182 para o inglês. O tradutor juramentado traduz textos como passaportes, certidões dos registros civis, carteiras de identidade e habilitação profissional. Este tipo de tradução, uma vez reconhecida em cartório ou Consulado, passa a ter fé pública. Pode também atuar como intérprete em juízo nos processos em que estão envolvidos estrangeiros que não conhecem Português.O principal requisito para tornar-se tradutor público é ser praticamente bilingue, isto é, redigir perfeitamente em pelo menos duas línguas, além de falá-las fluentemente. O Sindicato Nacional de Tradutores recomenda cursos de reciclagem. Em Florianópolis, há o Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (mestrado e doutorado) da UFSC. É o único no Brasil, com 23 docentes especialistas em línguas estrangeiras e tradução.As bancas examinadoras de cada língua devem ser altamente capacitadas, pois o nível deste tipo de concurso, e este em particular, é muito elevado. Basta ver a lista dos candidatos que participarão: muitos tradutores já atuantes, muitos ex-alunos das graduações em línguas estrangeiras da UFSC, ex-alunos da Pós-Graduação em Estudos da Tradução da UFSC, entre mestres e doutores, dentre eles, muitos bilingues. Serão bancas bilíngues, com doutoramento na área da tradução e/ou com experiência profissional como tradutor, para ter aptidão para avaliar os candidatos.
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2512058.xml&template=3898.dwt&edition=12324§ion=1320
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2512058.xml&template=3898.dwt&edition=12324§ion=1320
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Crônica do Verissimo
Já contei que uma vez o Jorge Furtado comprou um programa de traduções para o seu computador e fez uma experiência. Digitou toda a letra do nosso Hino Nacional em português e pediu para o computador traduzi-la sucessivamente em inglês, francês, alemão, holandês, etc. Do português para o inglês, do inglês para o francês e assim por diante até ser traduzida da última língua do programa de volta para o português. Segundo o Jorge, a única palavra que fez todo o circuito e voltou intacta foi "fúlgidos". Em inglês, "salve, salve" ficou "hurray, really hurray" e parece que em alemão o texto ficou irreconhecível como hino, mas, em compensação, reformulou todo o conceito kantiano do ser enquanto categoria transcendental imanente em si.
Gostei de saber do fracasso do computador. O meu barato era ver computador ridicularizado. Uma implicância mesquinha, reconheço. Eu a via como um último gesto de resistência à beira da obsolescência. Não podia viver sem o computador, mas minha antipatia crescia com o convívio. O programa de texto que eu usava era à prova de erro ortográfico. O computador não me deixava errar, por mais que eu tentasse. Subvertia o que eu tinha de mais pessoal e enternecedor e sublinhava meus erros com vermelho insolente.
Não era raro eu repetir o erro, para desafiá-lo e mostrar que alguns dos nossos ainda não tinham se intimidado, na esperança de que ele desconfiasse que eu estivesse certo - ou fosse um caso perdido - e retirasse a correção. Nunca aconteceu. Ele não tinha dúvidas da sua superioridade. Ele não tinha nenhum senso de humor. Daí minha alegria ao saber do seu fracasso como tradutor.
Mas agora - arrá! - somos iguais. Com a reforma ortográfica ele se tornou tão obsoleto quanto eu. Ficou ridículo, insistindo em tremas e hífens que não existem mais. Acabou a sua empáfia! E eu serei implacável. Sei que é fácil atualizar o programa de acordo com as novas regras, mas não farei isto imediatamente. Antes quero saborear a minha vingança. E a cada vez que ele sublinhar em vermelho uma palavra minha, direi: "Burro é você! Burro é você!"
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/14/arra-185999.asp
Gostei de saber do fracasso do computador. O meu barato era ver computador ridicularizado. Uma implicância mesquinha, reconheço. Eu a via como um último gesto de resistência à beira da obsolescência. Não podia viver sem o computador, mas minha antipatia crescia com o convívio. O programa de texto que eu usava era à prova de erro ortográfico. O computador não me deixava errar, por mais que eu tentasse. Subvertia o que eu tinha de mais pessoal e enternecedor e sublinhava meus erros com vermelho insolente.
Não era raro eu repetir o erro, para desafiá-lo e mostrar que alguns dos nossos ainda não tinham se intimidado, na esperança de que ele desconfiasse que eu estivesse certo - ou fosse um caso perdido - e retirasse a correção. Nunca aconteceu. Ele não tinha dúvidas da sua superioridade. Ele não tinha nenhum senso de humor. Daí minha alegria ao saber do seu fracasso como tradutor.
Mas agora - arrá! - somos iguais. Com a reforma ortográfica ele se tornou tão obsoleto quanto eu. Ficou ridículo, insistindo em tremas e hífens que não existem mais. Acabou a sua empáfia! E eu serei implacável. Sei que é fácil atualizar o programa de acordo com as novas regras, mas não farei isto imediatamente. Antes quero saborear a minha vingança. E a cada vez que ele sublinhar em vermelho uma palavra minha, direi: "Burro é você! Burro é você!"
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/14/arra-185999.asp
O TED e a polêmica tradução voluntára
Mais detalhes sobre o TED (já publicado aqui).
Em formação há um ano, o projeto oferece legendas de vídeo, transcrições com time-code (permite a localização precisa de pontos de áudio e vídeo) e possibilita aos voluntários do mundo inteiro traduzirem qualquer palestra para qualquer idioma. O projeto será lançado com 300 traduções em 40 idiomas; mais de 200 tradutores voluntários já contribuíram.
"A missão do TED é difundir globalmente boas idéias e já era tempo de começarmos a chegar até os 4,5 milhões de pessoas no planeta que não falam inglês", declara Chris Anderson, Curador do TED. "Estamos entusiasmados por estarmos utilizando uma abordagem de baixo para cima e de código aberto que permitirá, no devido tempo, que todas as nossas palestras sejam traduzidas para centenas de idiomas. Uma poderosa revolução via internet na educação global está em andamento. Não estamos longe do dia em que a maioria das pessoas da terra será capaz de acessar diretamente os maiores professores do mundo falando para elas em seu próprio idioma. Fantástico, não é?"
Cada uma das mais de 400 palestras no TED.com oferecerá agora:
-- Legendas em inglês e em vários outros idiomas (diversos vídeos contêm até 25 idiomas no lançamento)
-- Uma transcrição interativa, com time-code, em múltiplos idiomas, que permite clicar em qualquer frase e pular diretamente para aquele ponto no vídeo. Isto torna todo o conteúdo do vídeo indexável pelos programas de busca da internet
-- Títulos traduzidos e descrições do vídeo que aparecem quando um novo idioma é selecionado
-- Endereços da internet (URLs) específicos do idioma que tocam automaticamente as legendas escolhidas
O Projeto de Tradução Aberta do TED é um dos mais abrangentes empreendimentos em direção a uma plataforma de mídia principal de legendar e indexar conteúdos de vídeo online. É também um esforço revolucionário no uso da tradução voluntária, tanto profissional quanto pública.
"A tradução voluntária será cada vez mais importante para qualquer um que esteja tentando alcançar uma audiência global", diz June Cohen, Produtora Executiva da TED Media. "Esta é a única maneira viável de atingir todos os idiomas do mundo. A tradução crowdsourced (colaboração em massa) cria comunidades de voluntários apaixonados pela produção de grandes trabalhos, responsáveis pela exatidão de suas traduções e envolvidos em desenvolver o sistema em si. Isto transforma os usuários em verdadeiros participantes, ajudando na difusão de idéias".
As traduções crowdsourced em todos os idiomas do mundo
Para lançar o Projeto de Tradução Aberta, uma pequena quantia de palestras foi traduzida profissionalmente para 20 idiomas. Porém todas as traduções daqui em diante serão fornecidas por voluntários. Na realidade, os tradutores voluntários já contribuíram com mais de 200 traduções publicadas para o projeto (com mais 450 em desenvolvimento). Estes voluntários abrangem desde grupos bem organizados trabalhando juntos em seus próprios idiomas, até tradutores sozinhos trabalhando individualmente e emparelhados com outros pelo TED.
Para apoiar este programa, o TED e o parceiro de tecnologia dotSUB, desenvolveram um conjunto de ferramentas que permite aos participantes em todo o mundo traduzirem suas palestras favoritas para seus próprios idiomas. Esta abordagem é expansível e, mais importante ainda, permite aos falantes de idiomas menos dominantes uma oportunidade igual para difundirem idéias dentro de suas comunidades.
Para garantir a qualidade das traduções, o TED estabeleceu um conjunto de orientações e sistemas para ajudar os tradutores a fornecerem o melhor trabalho possível. Em primeiro lugar, é fornecida uma transcrição em inglês produzida profissionalmente (e aprovada pelo orador convidado) para cada palestra, de maneira que todas as traduções sejam baseadas no mesmo documento de origem. O TED então exige que toda tradução seja revisada por um segundo falante fluente antes de ser publicada; tanto o tradutor quanto o revisor terão seus nomes divulgados no site. O TED controla o botão final para "publicar" (nada é "automaticamente" publicado), e existem mecanismos de feedback para o fornecimento contínuo de informações da comunidade e aperfeiçoamentos após a publicação.
No lançamento, o Projeto de Tradução Aberta do TED incluirá mais de 300 traduções, em mais de 40 idiomas, incluindo Árabe, Bengalês, Búlgaro, Chinês, Dinamarquês, Holandês, Finlandês, Francês, Alemão, Grego, Hebraico, Hindi, Húngaro, Italiano, Japonês, Kannada, Quirguistanês, Coreano, Norueguês, Persa, Polonês, Português, Romeno, Russo, Espanhol, Suaíli, Sueco, Tâmil, Telugu, Tailandês, Turco, Urdu e Vietnamita. Nossos tradutores procedem de cidades desde Beijing a Buenos Aires; Teerã a Tel Aviv; Espoo, na Finlândia a Barranquilla, na Colômbia.
http://br.noticias.yahoo.com/s/13052009/24/economia-negocios-projeto-traducao-aberta-ted.html
Em formação há um ano, o projeto oferece legendas de vídeo, transcrições com time-code (permite a localização precisa de pontos de áudio e vídeo) e possibilita aos voluntários do mundo inteiro traduzirem qualquer palestra para qualquer idioma. O projeto será lançado com 300 traduções em 40 idiomas; mais de 200 tradutores voluntários já contribuíram.
"A missão do TED é difundir globalmente boas idéias e já era tempo de começarmos a chegar até os 4,5 milhões de pessoas no planeta que não falam inglês", declara Chris Anderson, Curador do TED. "Estamos entusiasmados por estarmos utilizando uma abordagem de baixo para cima e de código aberto que permitirá, no devido tempo, que todas as nossas palestras sejam traduzidas para centenas de idiomas. Uma poderosa revolução via internet na educação global está em andamento. Não estamos longe do dia em que a maioria das pessoas da terra será capaz de acessar diretamente os maiores professores do mundo falando para elas em seu próprio idioma. Fantástico, não é?"
Cada uma das mais de 400 palestras no TED.com oferecerá agora:
-- Legendas em inglês e em vários outros idiomas (diversos vídeos contêm até 25 idiomas no lançamento)
-- Uma transcrição interativa, com time-code, em múltiplos idiomas, que permite clicar em qualquer frase e pular diretamente para aquele ponto no vídeo. Isto torna todo o conteúdo do vídeo indexável pelos programas de busca da internet
-- Títulos traduzidos e descrições do vídeo que aparecem quando um novo idioma é selecionado
-- Endereços da internet (URLs) específicos do idioma que tocam automaticamente as legendas escolhidas
O Projeto de Tradução Aberta do TED é um dos mais abrangentes empreendimentos em direção a uma plataforma de mídia principal de legendar e indexar conteúdos de vídeo online. É também um esforço revolucionário no uso da tradução voluntária, tanto profissional quanto pública.
"A tradução voluntária será cada vez mais importante para qualquer um que esteja tentando alcançar uma audiência global", diz June Cohen, Produtora Executiva da TED Media. "Esta é a única maneira viável de atingir todos os idiomas do mundo. A tradução crowdsourced (colaboração em massa) cria comunidades de voluntários apaixonados pela produção de grandes trabalhos, responsáveis pela exatidão de suas traduções e envolvidos em desenvolver o sistema em si. Isto transforma os usuários em verdadeiros participantes, ajudando na difusão de idéias".
As traduções crowdsourced em todos os idiomas do mundo
Para lançar o Projeto de Tradução Aberta, uma pequena quantia de palestras foi traduzida profissionalmente para 20 idiomas. Porém todas as traduções daqui em diante serão fornecidas por voluntários. Na realidade, os tradutores voluntários já contribuíram com mais de 200 traduções publicadas para o projeto (com mais 450 em desenvolvimento). Estes voluntários abrangem desde grupos bem organizados trabalhando juntos em seus próprios idiomas, até tradutores sozinhos trabalhando individualmente e emparelhados com outros pelo TED.
Para apoiar este programa, o TED e o parceiro de tecnologia dotSUB, desenvolveram um conjunto de ferramentas que permite aos participantes em todo o mundo traduzirem suas palestras favoritas para seus próprios idiomas. Esta abordagem é expansível e, mais importante ainda, permite aos falantes de idiomas menos dominantes uma oportunidade igual para difundirem idéias dentro de suas comunidades.
Para garantir a qualidade das traduções, o TED estabeleceu um conjunto de orientações e sistemas para ajudar os tradutores a fornecerem o melhor trabalho possível. Em primeiro lugar, é fornecida uma transcrição em inglês produzida profissionalmente (e aprovada pelo orador convidado) para cada palestra, de maneira que todas as traduções sejam baseadas no mesmo documento de origem. O TED então exige que toda tradução seja revisada por um segundo falante fluente antes de ser publicada; tanto o tradutor quanto o revisor terão seus nomes divulgados no site. O TED controla o botão final para "publicar" (nada é "automaticamente" publicado), e existem mecanismos de feedback para o fornecimento contínuo de informações da comunidade e aperfeiçoamentos após a publicação.
No lançamento, o Projeto de Tradução Aberta do TED incluirá mais de 300 traduções, em mais de 40 idiomas, incluindo Árabe, Bengalês, Búlgaro, Chinês, Dinamarquês, Holandês, Finlandês, Francês, Alemão, Grego, Hebraico, Hindi, Húngaro, Italiano, Japonês, Kannada, Quirguistanês, Coreano, Norueguês, Persa, Polonês, Português, Romeno, Russo, Espanhol, Suaíli, Sueco, Tâmil, Telugu, Tailandês, Turco, Urdu e Vietnamita. Nossos tradutores procedem de cidades desde Beijing a Buenos Aires; Teerã a Tel Aviv; Espoo, na Finlândia a Barranquilla, na Colômbia.
http://br.noticias.yahoo.com/s/13052009/24/economia-negocios-projeto-traducao-aberta-ted.html
quarta-feira, 13 de maio de 2009
TED Open Translation Project
As palestras de 18 minutos disponíveis gratuitamente no site da conferência TED (Tecnologia, Entretenimento e Design) estarão acessíveis além do idioma inglês com o lançamento do TED Open Translation Project (Projeto de Tradução Aberta do TED). O novo sistema anunciado nesta quarta-feira (14/05) entra no ar oferecendo 300 traduções em 40 idiomas, incluindo o português.O TED teve início em 1984 como uma conferência anual, unindo personalidades das áreas de tecnologia, entretenimento e design - hoje inclui ciência, negócios, artes e assuntos globais. No evento, os palestrantes são convidados para falarem sobre suas vidas em 18 minutos. Com o projeto de tradução aberta, os internautas podem assistir às palestras disponíveis na internet com legendas de vídeo, transcrições com time-code, que permite a localização precisa de pontos de áudio e vídeo, e ainda podem colaborar com as traduções. Mais de 200 tradutores voluntários já contribuíram, segundo a organização.
http://idgnow.uol.com.br/carreira/2009/05/13/palestras-online-da-conferencia-ted-ganham-traducao-em-40-idiomas/
http://idgnow.uol.com.br/carreira/2009/05/13/palestras-online-da-conferencia-ted-ganham-traducao-em-40-idiomas/
Dieç anhos para traduzir toda la Bíblia Sagrada an lhéngua mirandesa
Dieç anhos fui quanto tardou a traduzir la Bíblia pa l mirandés. L tradutor ye Domingos Ferreira, un home de 61 anhos, nacido an Samartino i a bibir an Zenízio. La obra stá apersentada an 6 belumes (cindo deilhes cun l Bielho Teçtamento i un cun l Nuobo Teçtamento) puoden ser bistos i apreciados ne l Museu de la Tierra de Miranda. La Bíblia, screbida an mirandés, fai parte de la pieça de l més de l Museu de la Tierra de Miranda, ajuntando-la a este anho de 2009 i a las comemoraçones ls dieç anhos de l reconhecimento oufecial de la lhéngua mirandesa.La ancadernaçon de ls seis belumes tamien tubírun la mano de Domingos Ferreira, ua beç que l tradutor daprendiu l oufício de ancadernador-dourador. La traduçon desta Bíblia seguiu la berson pertuesa- Bíblia Sagrada, traduzida da vulgata e anotada pul Pe. Matos Soares, 19ª Edição. La FUOLHA MIRANDESA nun quijo perder pitada ningua deste acuntecimiento i fui a casa de tiu Domingos, a Zenízio, a falar de cumo todo se passou.
Wikipedia: A língua mirandesa, ou mirandês, é uma língua românica do grupo linguístico asturo-leonês, com o estatuto de língua oficial na Terra de Miranda (norte de Portugal). É falada por quinze mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e em três aldeias do concelho de Vimioso, num espaço de 484 km², estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos de Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
Leia a entrevista em mirandês com o tradutor em
http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=267&id=11880&idSeccao=2429&Action=noticia
Wikipedia: A língua mirandesa, ou mirandês, é uma língua românica do grupo linguístico asturo-leonês, com o estatuto de língua oficial na Terra de Miranda (norte de Portugal). É falada por quinze mil pessoas no concelho de Miranda do Douro e em três aldeias do concelho de Vimioso, num espaço de 484 km², estendendo-se a sua influência por outras aldeias dos concelhos de Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
Leia a entrevista em mirandês com o tradutor em
http://www.jornalnordeste.com/noticia.asp?idEdicao=267&id=11880&idSeccao=2429&Action=noticia
terça-feira, 12 de maio de 2009
Jornalista presa no Irã tinha cópia de relatório secreto
O advogado de Roxana Saberi, 32, revelou nesta terça-feira, um dia depois de a Justiça do Irã mandar soltá-la, que a jornalista --que tem cidadania iraniana e americana-- foi condenada por espionagem porque possuía uma cópia de um relatório confidencial do governo iraniano a respeito da presença americana no Iraque.
Saberi afirma que copiou o documento por curiosidade, quando trabalhava como tradutora free-lancer para um grupo poderoso ligado aos clérigos iranianos. O documento acabou se tornando base para as acusações contra a jovem no seu julgamento feito a portas fechadas, contou o advogado Saleh Nikbakht. Outro argumento usado foi uma viagem que Saberi fez a Israel em 2006 --o Irã proíbe seus cidadãos de visitar Israel, seu inimigo na região.
Nesta segunda-feira (11), um tribunal de apelações do Irã acatou um recurso e diminuiu a pena de oito anos de prisão à qual Saberi havia sido condenada para uma pena condicional, de dois anos, que apenas a proíbe de cometer crimes e de trabalhar como jornalista no Irã pelos próximos cinco anos.
http://www.gazetadaserra.com.br/noticias.php?intIdUltimaNoticia=78315
Saberi afirma que copiou o documento por curiosidade, quando trabalhava como tradutora free-lancer para um grupo poderoso ligado aos clérigos iranianos. O documento acabou se tornando base para as acusações contra a jovem no seu julgamento feito a portas fechadas, contou o advogado Saleh Nikbakht. Outro argumento usado foi uma viagem que Saberi fez a Israel em 2006 --o Irã proíbe seus cidadãos de visitar Israel, seu inimigo na região.
Nesta segunda-feira (11), um tribunal de apelações do Irã acatou um recurso e diminuiu a pena de oito anos de prisão à qual Saberi havia sido condenada para uma pena condicional, de dois anos, que apenas a proíbe de cometer crimes e de trabalhar como jornalista no Irã pelos próximos cinco anos.
http://www.gazetadaserra.com.br/noticias.php?intIdUltimaNoticia=78315
Gmail vai oferecer tradutor de e-mails
O Gmail, serviço de webmail gratuito do Google, ganhará um tradutor simultâneo esta semana. A informação foi confirmada nesta terça-feira (12/05) Matthew Glotzbach, diretor de produtos do Google, durante a feira CeBit realizada em Sydney, na Austrália. Segundo ele, o serviço estará disponível nesta quarta-feira.A nova função permitirá que os usuários do Gmail traduzam e-mails de outros idiomas com apenas um clique.
http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/05/12/gmail-vai-oferecer-tradutor-de-e-mail/
http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/05/12/gmail-vai-oferecer-tradutor-de-e-mail/
Semana de debates no Espaço Pasárgada homenageia Luzilá Gonçalves
Evento segue até esta sexta-feira, com convidados especiais; nesta terça, foco é estudo sobre a obra da escritora
Durante toda esta semana, o Espaço Pasárgada, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), promove o projeto “Luzilá Vai a Pasárgada”. O encontro homenageará a escritora pernambucana Luzilá Gonçalves Ferreira, autora do clássico brasileiro “Os Rios Turvos”, romance que narra a história de Bento Teixeira.
Na quarta-feira (13), é a vez do tradutor Fábio Andrade contar sobre o universo de sua profissão e como foram feitas as traduções de Luzilá, Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar para o francês. O encontro, que começa às 18h, homenageia o Ano da França no Brasil.No dia 14, às 15h, crianças de escolas públicas estaduais, como Sizenando Silveira, Sílvio Rabelo e Ginásio Pernambucano, realizarem atividades de leitura de textos infantis inéditos da escritora. Na ocasião, também participarão do encontro alunos do curso de Teatro da UFPE. O último dia (15) fechará a semana com leitura de textos e sarau abertos ao público, a partir das 18h.
SERVIÇO: Luzilá Vai a Pasárgada
Local: Espaço Pasárgada - Rua da União, 263 – Boa Vista – RecifeAberto ao público
Informações: 3081-3092
http://pe360graus.globo.com/diversao/diversao/literatura/2009/05/12/NWS,490511,2,30,DIVERSAO,884-SEMANA-DEBATES-ESPACO-PASARGADA-HOMENAGEIA-LUZILA-GONCALVES.aspx
Durante toda esta semana, o Espaço Pasárgada, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), promove o projeto “Luzilá Vai a Pasárgada”. O encontro homenageará a escritora pernambucana Luzilá Gonçalves Ferreira, autora do clássico brasileiro “Os Rios Turvos”, romance que narra a história de Bento Teixeira.
Na quarta-feira (13), é a vez do tradutor Fábio Andrade contar sobre o universo de sua profissão e como foram feitas as traduções de Luzilá, Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar para o francês. O encontro, que começa às 18h, homenageia o Ano da França no Brasil.No dia 14, às 15h, crianças de escolas públicas estaduais, como Sizenando Silveira, Sílvio Rabelo e Ginásio Pernambucano, realizarem atividades de leitura de textos infantis inéditos da escritora. Na ocasião, também participarão do encontro alunos do curso de Teatro da UFPE. O último dia (15) fechará a semana com leitura de textos e sarau abertos ao público, a partir das 18h.
SERVIÇO: Luzilá Vai a Pasárgada
Local: Espaço Pasárgada - Rua da União, 263 – Boa Vista – RecifeAberto ao público
Informações: 3081-3092
http://pe360graus.globo.com/diversao/diversao/literatura/2009/05/12/NWS,490511,2,30,DIVERSAO,884-SEMANA-DEBATES-ESPACO-PASARGADA-HOMENAGEIA-LUZILA-GONCALVES.aspx
Amos Oz, caneta preta para política e azul para as histórias
ARAD, Israel - Há quatro décadas Amos Oz é conhecido em Israel e em todo o mundo por duas de suas características: sua visão política ardentemente liberal e a observação íntima presente na sua ficção. Ele sempre insistiu que se tratam de coisas distintas, e de fato assim parecem ser. Seus romances e contos não são alegorias do conflito palestino, mas histórias profundamente humanas de ambiguidade e melancolia. Os ensaios políticos, por sua vez, expõem argumentos com transparência completa.
Nos seus 70 anos, comemorados na semana passada com um festival de três dias em Arad e uma conferência acadêmica realizada na Universidade Ben-Gurion em Bersheva, além do lançamento simultâneo da tradução inglesa do seu mais novo romance e de uma nova coletânea de obras traduzidas de ficção e não ficção intitulada O Leitor de Amos Oz, ele oferece uma oportunidade de enxergar seus dois estilos de escrita por meio de uma única lente. Ficção e não ficção emanam da mesma fonte, diz ele - a empatia. As duas tentam imaginar o próximo.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,amos-oz-caneta-preta-para-politica-e-azul-para-as-historias,369483,0.htm
Nos seus 70 anos, comemorados na semana passada com um festival de três dias em Arad e uma conferência acadêmica realizada na Universidade Ben-Gurion em Bersheva, além do lançamento simultâneo da tradução inglesa do seu mais novo romance e de uma nova coletânea de obras traduzidas de ficção e não ficção intitulada O Leitor de Amos Oz, ele oferece uma oportunidade de enxergar seus dois estilos de escrita por meio de uma única lente. Ficção e não ficção emanam da mesma fonte, diz ele - a empatia. As duas tentam imaginar o próximo.
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,amos-oz-caneta-preta-para-politica-e-azul-para-as-historias,369483,0.htm
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Estágio
O Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) está selecionando candidatos para 2.541 vagas de estágio em todo o país. Há oportunidades para estudantes do ensino médio, técnico e superior, período matutino e noturno. As bolsas variam de R$ 315 (ensino médio) a R$ 1,5 mil (arquitetura e urbanismo).
Os interessados em concorrer às vagas devem cadastrar-se gratuitamente no site www.nube.com.br.
Algumas das vagas são para estudantes de administração de empresas, análise de sistemas, arquitetura e urbanismo, biblioteconomia, ciências contábeis, ciências da computação, comunicação social - rádio e TV, desenho industrial, direito, economia, engenharia civil, ensino médio, farmácia, letras/tradutor, marketing, nutrição, publicidade e propaganda, técnico em edificações, técnico em eletrônica, técnico em gestão, técnico em mecânica, técnico em secretariado e tecnologia em comércio exterior.
G1 06.05.09
Os interessados em concorrer às vagas devem cadastrar-se gratuitamente no site www.nube.com.br.
Algumas das vagas são para estudantes de administração de empresas, análise de sistemas, arquitetura e urbanismo, biblioteconomia, ciências contábeis, ciências da computação, comunicação social - rádio e TV, desenho industrial, direito, economia, engenharia civil, ensino médio, farmácia, letras/tradutor, marketing, nutrição, publicidade e propaganda, técnico em edificações, técnico em eletrônica, técnico em gestão, técnico em mecânica, técnico em secretariado e tecnologia em comércio exterior.
G1 06.05.09
Tradutora de Saramago premiada em Barcelona
Núria Prats Espar foi galardoada com a edição 2009 do Prémio de Tradução Giovanni Pontiero pela sua tradução em catalão do livro "A Viagem do Elefante".
Tradutora de autores como Antonio Tabucchi, Clarice Lispector, Mia Couto, Manoel de Barros, Bernando Atxaga e Manuel Rivas, a vencedora da nona edição do prémio recebeu o galardão numa cerimónia em Barcelona.
O Prémio de Tradução Giovanni Pontiero, uma iniciativa do Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões de Barcelona e pela Faculdade de Tradução e Interpretação da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), está destinado a traduções de obras literárias, de qualquer género, escritas originariamente em língua portuguesa e publicadas em espanhol ou catalão.
Com um valor de 6.000 euros, o prémio é entregue a obras em espanhol (nos anos pares) e a obras em catalão (nos anos ímpares).
O prémio foi instituído em 2001 para honrar a figura do grande tradutor Giovanni Pontiero.
A cerimónia de entrega do prémio foi presidida pelo vice-reitor de Transferência Social e Cultural da Universitat Autònoma de Barcelona, Bonaventura Bassegoda, contando com intervenções do decano da Facultat de Traducció i d'Interpretació, Francesc Parcerisas, e dos membros da associação Amigos de Giovanni Ponteiro, Pilar Orero e Joan Sellent.
Núria Prats Espar, nascidade em 1964, é licenciada em Filologia Catalã pela Universitat Autònoma de Barcelona (1988) e tradutora.
O júri da edição deste ano escolheu entre seis traduções, enviadas de vários pontos dos territórios de língua catalã.
Na edição do ano passado, o premiado foi o tradutor espanhol Antonio Sáez Delgado, reconhecido pela sua tradução para espanhol da obra "A Ruiva", de Fialho de Almeida, publicada sob o título "La Pelirroja" em 2006.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1223214
Tradutora de autores como Antonio Tabucchi, Clarice Lispector, Mia Couto, Manoel de Barros, Bernando Atxaga e Manuel Rivas, a vencedora da nona edição do prémio recebeu o galardão numa cerimónia em Barcelona.
O Prémio de Tradução Giovanni Pontiero, uma iniciativa do Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões de Barcelona e pela Faculdade de Tradução e Interpretação da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), está destinado a traduções de obras literárias, de qualquer género, escritas originariamente em língua portuguesa e publicadas em espanhol ou catalão.
Com um valor de 6.000 euros, o prémio é entregue a obras em espanhol (nos anos pares) e a obras em catalão (nos anos ímpares).
O prémio foi instituído em 2001 para honrar a figura do grande tradutor Giovanni Pontiero.
A cerimónia de entrega do prémio foi presidida pelo vice-reitor de Transferência Social e Cultural da Universitat Autònoma de Barcelona, Bonaventura Bassegoda, contando com intervenções do decano da Facultat de Traducció i d'Interpretació, Francesc Parcerisas, e dos membros da associação Amigos de Giovanni Ponteiro, Pilar Orero e Joan Sellent.
Núria Prats Espar, nascidade em 1964, é licenciada em Filologia Catalã pela Universitat Autònoma de Barcelona (1988) e tradutora.
O júri da edição deste ano escolheu entre seis traduções, enviadas de vários pontos dos territórios de língua catalã.
Na edição do ano passado, o premiado foi o tradutor espanhol Antonio Sáez Delgado, reconhecido pela sua tradução para espanhol da obra "A Ruiva", de Fialho de Almeida, publicada sob o título "La Pelirroja" em 2006.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1223214
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Speaking the language - Courts, the accused rely on interpreters in E. Iowa to ensure justice for all
CEDAR RAPIDS — Most people would assume court interpreters fluent in Spanish are in high demand.But who would have thought such a demand for Kirundi would exist in Linn County district courtrooms?
Kirundi is a Bantu language spoken in Burundi, Africa, and Samuel Nzoikorera is the go-to guy when someone from that area is accused of a crime in Linn County. Statewide, the demand is greatest for Spanish interpreters, followed by Bosnian, Croatian, Arabic and Vietnamese.
The state has 249 certified and non-certified interpreters. The roster lists no Kirundi speakers.Nzoikorera, a Burundi native now living in Cedar Rapids, isn't listed because he hasn't completed the formal courtroom interpreter training. But he started interpreting for the courts in 2003 before the state interpreter program started 2004.
Lori Schoon, Linn County District Court case specialist, said the legal system latched onto Nzoikorera because he's the only English/Kirundi-speaking person in the area.Recruiting interpreters isn't new for Linn County, Schoon said. They used to rely on 6th Judicial District Judge Fae Hoover-Grinde, when she was with the public defender's office in the late 1990s. Hoover-Grinde wasn't strictly an interpreter, but she was fluent in Spanish and the law."I was the only Spanish-speaking attorney around," she said. "They would call me for initial appearances." Schoon said interpreters with no formal training, like Nzoikorera, have to sign a waiver for the state in order to be paid. The waiver allows them to interpret at initial appearances in a criminal case, for simple misdemeanors (more minor crimes) and during civil court proceedings.
Continues at http://www.gazetteonline.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20090505/NEWS/705059932/1006
Kirundi is a Bantu language spoken in Burundi, Africa, and Samuel Nzoikorera is the go-to guy when someone from that area is accused of a crime in Linn County. Statewide, the demand is greatest for Spanish interpreters, followed by Bosnian, Croatian, Arabic and Vietnamese.
The state has 249 certified and non-certified interpreters. The roster lists no Kirundi speakers.Nzoikorera, a Burundi native now living in Cedar Rapids, isn't listed because he hasn't completed the formal courtroom interpreter training. But he started interpreting for the courts in 2003 before the state interpreter program started 2004.
Lori Schoon, Linn County District Court case specialist, said the legal system latched onto Nzoikorera because he's the only English/Kirundi-speaking person in the area.Recruiting interpreters isn't new for Linn County, Schoon said. They used to rely on 6th Judicial District Judge Fae Hoover-Grinde, when she was with the public defender's office in the late 1990s. Hoover-Grinde wasn't strictly an interpreter, but she was fluent in Spanish and the law."I was the only Spanish-speaking attorney around," she said. "They would call me for initial appearances." Schoon said interpreters with no formal training, like Nzoikorera, have to sign a waiver for the state in order to be paid. The waiver allows them to interpret at initial appearances in a criminal case, for simple misdemeanors (more minor crimes) and during civil court proceedings.
Continues at http://www.gazetteonline.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20090505/NEWS/705059932/1006
FUB, UFMA e IFPA abrem vagas para nível médio e superior
Fundação Universidade de Brasília (FUB): São oferecidas chances para formação de cadastro reserva para os seguintes cargos em nível superior: administrador; assistente social; auditor; biólogo; contador; desenhista industrial; economista; editor de publicações; enfermeiro; engenheiro; estatístico; farmacêutico; físico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; geólogo; jornalista; médico; médico veterinário; nutricionista; pedagogo; programador visual; psicólogo; químico; redator; revisor de texto; secretário executivo; técnico desportivo; técnico em assuntos educacionais; terapeuta nutricional e tradutor intérprete. A remuneração é de R$ 1.747,83.
www.cespe.unb.br/concursos/fub2009
www.cespe.unb.br/concursos/fub2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
Entrevista. Mestre e doutora em letras e linguística, Elizabeth Santos Ramos, neta de Graciliano Ramos, fala da obra do avô
O Brasil que Graciliano Ramos descreveu em "Vidas Secas", por meio dos personagens Fabiano, Baleia e Sinha Vitória, ainda resiste nos noticiários atuais. Mestre e doutora em letras e linguística pela Universidade Federal da Bahia, Elizabeth Santos Ramos, 58, neta do escritor alagoano, assim cria a relação temporal: "O que normalmente me aflige é observar a problemática construída no romance refletida no noticiário, no nosso cotidiano". Ela desenvolveu mestrado com análise na tradução para o inglês de "Vidas Secas", "São Bernardo" e "Infância" e escreveu a tese de doutorado "‘Vidas Secas’ e ‘The Grapes of Wrath’: O Implícito Metafórico e sua Tradução", um "estudo da tradução das metáforas de exclusão nas duas obras de Graciliano Ramos e John Steinbeck". Na entrevista a seguir, Elizabeth fala sobre a atualidade de "Vidas Secas" e da relação do romance com a atualidade, da ‘miséria e das relações de poder’.
O que significa "Vidas Secas" para a compreensão do Brasil, tanto nos anos 30 como agora?
O romance aguça o olhar crítico com referência, particularmente, à miséria e às relações de poder e submissão, ainda existentes no Brasil. Talvez, por isso, conste da lista dos livros cuja leitura é exigida para o vestibular em todo o país.
Para o leitor estrangeiro, qual o impacto que o livro causa?
A julgar pelas vendas, resenhas e pelo desconhecimento do nome do autor no exterior, fora do circuito acadêmico, não creio que cause muito impacto. No entanto, é preciso observar que, não raro, obras canônicas, que se deslocam de um "sistema literário periférico" para outro "hegemônico", perdem sua condição central. Basta lembrar, por exemplo, o que acontece com a literatura em língua inglesa produzida em países africanos ou caribenhos - a chamada literatura pós-colonial.
Quanto dessa literatura é traduzida no Brasil?
Muito pouco. E o fato não tira dessas produções o seu valor. É apenas lamentável que não tenhamos acesso a excelentes textos produzidos nesses lugares do mundo. O mesmo raciocínio aplica-se a "Vidas Secas". É interessante observar que o romance foi publicado em 1938 e que, no ano seguinte, John Steinbeck lançou o seu "As Vinhas da Ira", com temática semelhante e extremo sucesso nos Estados Unidos e no exterior. "Vidas Secas" só foi traduzido nos Estados Unidos em 1961, pela Texas University Press.
Como enxergar o Brasil através de Fabiano e Baleia?
Em carta datada de 7 de maio de 1937, Graciliano escreve à sua mulher, Heloísa: "Escrevi um conto sobre a morte duma cachorra, um troço difícil, como você vê: procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás". Em "Vidas Secas", o leitor depara-se com as seguintes palavras do narrador: "Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles." No entanto, ao final do romance, o narrador anuncia: "Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinha Vitória e os dois meninos". A esperança anterior dá lugar, então, à impossibilidade do sonho. Será que os milhares de miseráveis do nosso país terão, algum dia, preás antes do sono? É o que todos nós desejamos, não é mesmo?O leitor brasileiro ainda se incomoda ao ler "Vidas Secas", no sentido de que a miséria, a pobreza e a seca são questões vivas, mas não mais tão camufladas? Se o leitor se incomoda, é difícil saber. Sei que eu me incomodo. Mas não me incomodo com a leitura de "Vidas Secas". O que normalmente me aflige é observar a problemática construída no romance refletida no noticiário, no nosso cotidiano. A respeito de "Vidas Secas", Graciliano escreveu ao tradutor argentino Benjamín de Garay, 1937: "Não sei não, Garay. O meu bárbaro pensamento é este: um homem, uma mulher, dois meninos e um cachorro, dentro de uma cozinha, podem representar muito a humanidade. E ficarei nisto, enquanto não me provarem que os arranha-céus têm alma." (A informação está no livro de Pedro Moacir Maia, "Cartas Inéditas de Graciliano Ramos a seus tradutores argentinos", EDUFBA, 2008)
Os livros de Graciliano Ramos têm a solidão como elemento comum - estou certo em afirmar?
"Vidas Secas", "Angústia" e "São Bernardo" trazem personagens isolados em si, ainda que em convivência com outros. O quanto reflete o próprio escritor? E qual a importância dessa solidão na escrita de Graciliano? Não vejo "Vidas Secas" como romance composto por "personagens isolados em si". Ao contrário. Há uma solidariedade muito clara entre os membros da família, uma preocupação grande de Fabiano com a mulher e os filhos. É a união entre eles que permite a sobrevivência em condições tão adversas. Fabiano, um bruto que não sabia falar, se preocupa com Sinha Vitória, com a casa, com a família: "Lembrou-se da casa velha onde morava, da cozinha, da panela que chiava na trempe de pedras Sinha Vitória provava o caldo na quenga de coco. E Fabiano se aperreava por causa dela, dos filhos e da cachorra Baleia". No capítulo Cadeia, o próprio personagem afirma: "Se não fosse isso... An!". Se não fosse o senso de solidariedade entre os membros da família, Fabiano teria matado o Soldado Amarelo, teria se juntado ao cangaço... Acredito que o afeto, existente em "Vidas Secas", rompe a solidão, o que não acontece em "Angústia" ou "São Bernardo".
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=109716
O que significa "Vidas Secas" para a compreensão do Brasil, tanto nos anos 30 como agora?
O romance aguça o olhar crítico com referência, particularmente, à miséria e às relações de poder e submissão, ainda existentes no Brasil. Talvez, por isso, conste da lista dos livros cuja leitura é exigida para o vestibular em todo o país.
Para o leitor estrangeiro, qual o impacto que o livro causa?
A julgar pelas vendas, resenhas e pelo desconhecimento do nome do autor no exterior, fora do circuito acadêmico, não creio que cause muito impacto. No entanto, é preciso observar que, não raro, obras canônicas, que se deslocam de um "sistema literário periférico" para outro "hegemônico", perdem sua condição central. Basta lembrar, por exemplo, o que acontece com a literatura em língua inglesa produzida em países africanos ou caribenhos - a chamada literatura pós-colonial.
Quanto dessa literatura é traduzida no Brasil?
Muito pouco. E o fato não tira dessas produções o seu valor. É apenas lamentável que não tenhamos acesso a excelentes textos produzidos nesses lugares do mundo. O mesmo raciocínio aplica-se a "Vidas Secas". É interessante observar que o romance foi publicado em 1938 e que, no ano seguinte, John Steinbeck lançou o seu "As Vinhas da Ira", com temática semelhante e extremo sucesso nos Estados Unidos e no exterior. "Vidas Secas" só foi traduzido nos Estados Unidos em 1961, pela Texas University Press.
Como enxergar o Brasil através de Fabiano e Baleia?
Em carta datada de 7 de maio de 1937, Graciliano escreve à sua mulher, Heloísa: "Escrevi um conto sobre a morte duma cachorra, um troço difícil, como você vê: procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás". Em "Vidas Secas", o leitor depara-se com as seguintes palavras do narrador: "Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes deles." No entanto, ao final do romance, o narrador anuncia: "Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, Sinha Vitória e os dois meninos". A esperança anterior dá lugar, então, à impossibilidade do sonho. Será que os milhares de miseráveis do nosso país terão, algum dia, preás antes do sono? É o que todos nós desejamos, não é mesmo?O leitor brasileiro ainda se incomoda ao ler "Vidas Secas", no sentido de que a miséria, a pobreza e a seca são questões vivas, mas não mais tão camufladas? Se o leitor se incomoda, é difícil saber. Sei que eu me incomodo. Mas não me incomodo com a leitura de "Vidas Secas". O que normalmente me aflige é observar a problemática construída no romance refletida no noticiário, no nosso cotidiano. A respeito de "Vidas Secas", Graciliano escreveu ao tradutor argentino Benjamín de Garay, 1937: "Não sei não, Garay. O meu bárbaro pensamento é este: um homem, uma mulher, dois meninos e um cachorro, dentro de uma cozinha, podem representar muito a humanidade. E ficarei nisto, enquanto não me provarem que os arranha-céus têm alma." (A informação está no livro de Pedro Moacir Maia, "Cartas Inéditas de Graciliano Ramos a seus tradutores argentinos", EDUFBA, 2008)
Os livros de Graciliano Ramos têm a solidão como elemento comum - estou certo em afirmar?
"Vidas Secas", "Angústia" e "São Bernardo" trazem personagens isolados em si, ainda que em convivência com outros. O quanto reflete o próprio escritor? E qual a importância dessa solidão na escrita de Graciliano? Não vejo "Vidas Secas" como romance composto por "personagens isolados em si". Ao contrário. Há uma solidariedade muito clara entre os membros da família, uma preocupação grande de Fabiano com a mulher e os filhos. É a união entre eles que permite a sobrevivência em condições tão adversas. Fabiano, um bruto que não sabia falar, se preocupa com Sinha Vitória, com a casa, com a família: "Lembrou-se da casa velha onde morava, da cozinha, da panela que chiava na trempe de pedras Sinha Vitória provava o caldo na quenga de coco. E Fabiano se aperreava por causa dela, dos filhos e da cachorra Baleia". No capítulo Cadeia, o próprio personagem afirma: "Se não fosse isso... An!". Se não fosse o senso de solidariedade entre os membros da família, Fabiano teria matado o Soldado Amarelo, teria se juntado ao cangaço... Acredito que o afeto, existente em "Vidas Secas", rompe a solidão, o que não acontece em "Angústia" ou "São Bernardo".
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=109716
The House of the Fortunate Buddhas
João Ubaldo Ribeiro assinou contrato com uma das editoras mais respeitadas dos Estados Unidos, a Dalkey Archive Press, vinculada à Universidade de Illinois, para lançar nos EUA A casa dos budas ditosos. A publicação será traduzida para o inglês por Clifford Landers (o mesmo tradutor de O sorriso do lagarto) e terá o título The House of the Fortunate Buddhas.
Programas de computador farão o trabalho braçal do tradutor
A tradução automática, feita por computador, foi criada pelos americanos nos anos 50 para espionar os russos durante a Guerra Fria. Na época, ela se baseava na gramática e na análise das frases. A tentativa de criar versões em outros idiomas fornecia uma versão tosca do texto. Muitas frases, traduzidas literalmente, ficavam sem sentido. Uma expressão inglesa como “out of the blue” acabava traduzida como “fora do azul” – quando quer dizer “inesperadamente”. Ninguém levava a tradução automática muito a sério. Essa situação perdurou por décadas. Nos últimos anos, os programas de tradução deram um salto. Hoje, eles combinam a gramática com a matemática. Ela analisa a forma mais comum de traduzir uma palavra ou expressão e, consultando um banco de dados, consegue oferecer um resultado mais próximo de uma versão profissional.
O tradutor automático mais popular do mundo é o Google Translate. Graças à contribuição dos próprios internautas, ele consegue manter um processo de aperfeiçoamento contínuo. No final das traduções, há um link para “sugira uma tradução melhor”. Com isso, o Google aumenta seu banco de dados de palavras e expressões – e a qualidade das novas traduções. Ele se tornou uma ferramenta até razoável para quem quer ter uma ideia do conteúdo de uma frase ou de um texto pequeno. Mas está longe de satisfazer às necessidades geradas pelo mundo globalizado.
Enquanto um médico escreve um artigo científico na Alemanha, uma empresa finlandesa lança seu novo celular na Argentina e uma montadora japonesa prepara o lançamento de um carro nos Estados Unidos. Produtos locais passaram a ser encontrados em qualquer lugar. A maior velocidade de lançamento obriga a uma distribuição global rápida. O artigo científico do médico alemão será traduzido pelo menos para inglês, mas possivelmente também para outros idiomas. O celular da empresa finlandesa – fabricado na China – chegará a dezenas de países com os manuais de instruções devidamente traduzidos e adaptados. Não basta usar o espanhol falado na Espanha num manual argentino. É preciso adaptá-lo à forma de falar local. O carro japonês que rodar nos EUA terá seu velocímetro em milhas por hora, unidade de medida adotada no país. Todos esses produtos já foram ou serão traduzidos e adaptados. São textos, manuais de instruções, contratos de negócios, vídeos institucionais.
Está aí, hoje, a maior fatia do mercado de traduções, estimado em algo como US$ 15 bilhões. No último trimestre do ano passado, mesmo com o início da crise econômica, ele cresceu 85% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa para 2012 é que esse mercado atinja US$ 25 bilhões. “O custo de dar às pessoas uma informação em sua língua local é baixo em relação ao retorno que as empresas têm com os produtos”, diz Renato Beninatto, executivo da Common Sense Advisory, empresa independente que analisa o mercado de traduções.
“O custo de dar às pessoas uma informação em sua língua local é baixo em relação ao retorno que as empresas têm com a venda de seus produtos” RENATO BENINATTO, executivo da Common Sense Advisory
Para atender à demanda, o trabalho das empresas de tradução precisou se modernizar. E a tecnologia foi essencial para isso. Os profissionais da área já não fazem todo o trabalho bruto, palavra a palavra. Com programas que aprendem termos e frases completas – como Trados, Deja Vu e Word Fast – ou com ferramentas e bancos de dados on-line, eles têm atuado como revisores e editores do material produzido automaticamente. Esses programas criam um grande banco de dados, capaz de reconhecer se um trecho igual foi traduzido antes. “Para a literatura técnica, o uso dessas ferramentas é indicado por reduzir o tempo de execução, padronizar os termos adotados, aumentar o glossário para tradução, melhorar o controle de qualidade e reduzir custos”, afirma Thiana Donato, fundadora e diretora da brasileira All Tasks. Alguém que traduza uma média de 3.500 palavras por dia pode dobrar sua produtividade se usar um programa especial para tradução. A All Tasks, que já realizou trabalhos até para a Nasa e agora aposta na internacionalização, prevê faturar até R$ 7 milhões neste ano.
“O principal desafio no Brasil hoje é encontrar mão de obra qualificada. Em 120 testes que fizemos no ano passado, aprovamos menos de 10% das pessoas”, afirma Sávio Levi, diretor de operações da Lionbridge no Brasil, uma das maiores empresas do setor no mundo, com faturamento superior a US$ 400 milhões. Para minimizar o problema, as empresas têm feito parcerias com universidades e centros de ensino para qualificar os tradutores recém-formados para o uso de programas no trabalho diário.
Algumas grandes empresas, como IBM, Philips, Siemens e GE, têm departamentos para cuidar da tradução de seus manuais e documentos. A IBM criou seu próprio programa de banco de dados de palavras e o oferece a tradutores parceiros e algumas universidades. “Nosso trabalho é simultâneo ao desenvolvimento dos novos produtos. Quando o processo termina, fazemos uma verificação linguística do documento”, afirma Almiro Andrade Júnior, gerente da área da IBM que cuida das traduções. No ano passado, a empresa traduziu 160 milhões de palavras.
Para o futuro, os tradutores deverão usar cada vez mais programas de banco de dados de palavras e expressões, que farão praticamente todo o trabalho braçal. Caberá a eles checar e aprovar a versão feita automaticamente. Os profissionais poderão se dedicar, portanto, mais a trabalhos únicos, de teor estético, como versões de obras literárias – algo que, até hoje, nenhum programa de computador é capaz de fazer.
Revista Época 30.04.2009
O tradutor automático mais popular do mundo é o Google Translate. Graças à contribuição dos próprios internautas, ele consegue manter um processo de aperfeiçoamento contínuo. No final das traduções, há um link para “sugira uma tradução melhor”. Com isso, o Google aumenta seu banco de dados de palavras e expressões – e a qualidade das novas traduções. Ele se tornou uma ferramenta até razoável para quem quer ter uma ideia do conteúdo de uma frase ou de um texto pequeno. Mas está longe de satisfazer às necessidades geradas pelo mundo globalizado.
Enquanto um médico escreve um artigo científico na Alemanha, uma empresa finlandesa lança seu novo celular na Argentina e uma montadora japonesa prepara o lançamento de um carro nos Estados Unidos. Produtos locais passaram a ser encontrados em qualquer lugar. A maior velocidade de lançamento obriga a uma distribuição global rápida. O artigo científico do médico alemão será traduzido pelo menos para inglês, mas possivelmente também para outros idiomas. O celular da empresa finlandesa – fabricado na China – chegará a dezenas de países com os manuais de instruções devidamente traduzidos e adaptados. Não basta usar o espanhol falado na Espanha num manual argentino. É preciso adaptá-lo à forma de falar local. O carro japonês que rodar nos EUA terá seu velocímetro em milhas por hora, unidade de medida adotada no país. Todos esses produtos já foram ou serão traduzidos e adaptados. São textos, manuais de instruções, contratos de negócios, vídeos institucionais.
Está aí, hoje, a maior fatia do mercado de traduções, estimado em algo como US$ 15 bilhões. No último trimestre do ano passado, mesmo com o início da crise econômica, ele cresceu 85% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa para 2012 é que esse mercado atinja US$ 25 bilhões. “O custo de dar às pessoas uma informação em sua língua local é baixo em relação ao retorno que as empresas têm com os produtos”, diz Renato Beninatto, executivo da Common Sense Advisory, empresa independente que analisa o mercado de traduções.
“O custo de dar às pessoas uma informação em sua língua local é baixo em relação ao retorno que as empresas têm com a venda de seus produtos” RENATO BENINATTO, executivo da Common Sense Advisory
Para atender à demanda, o trabalho das empresas de tradução precisou se modernizar. E a tecnologia foi essencial para isso. Os profissionais da área já não fazem todo o trabalho bruto, palavra a palavra. Com programas que aprendem termos e frases completas – como Trados, Deja Vu e Word Fast – ou com ferramentas e bancos de dados on-line, eles têm atuado como revisores e editores do material produzido automaticamente. Esses programas criam um grande banco de dados, capaz de reconhecer se um trecho igual foi traduzido antes. “Para a literatura técnica, o uso dessas ferramentas é indicado por reduzir o tempo de execução, padronizar os termos adotados, aumentar o glossário para tradução, melhorar o controle de qualidade e reduzir custos”, afirma Thiana Donato, fundadora e diretora da brasileira All Tasks. Alguém que traduza uma média de 3.500 palavras por dia pode dobrar sua produtividade se usar um programa especial para tradução. A All Tasks, que já realizou trabalhos até para a Nasa e agora aposta na internacionalização, prevê faturar até R$ 7 milhões neste ano.
“O principal desafio no Brasil hoje é encontrar mão de obra qualificada. Em 120 testes que fizemos no ano passado, aprovamos menos de 10% das pessoas”, afirma Sávio Levi, diretor de operações da Lionbridge no Brasil, uma das maiores empresas do setor no mundo, com faturamento superior a US$ 400 milhões. Para minimizar o problema, as empresas têm feito parcerias com universidades e centros de ensino para qualificar os tradutores recém-formados para o uso de programas no trabalho diário.
Algumas grandes empresas, como IBM, Philips, Siemens e GE, têm departamentos para cuidar da tradução de seus manuais e documentos. A IBM criou seu próprio programa de banco de dados de palavras e o oferece a tradutores parceiros e algumas universidades. “Nosso trabalho é simultâneo ao desenvolvimento dos novos produtos. Quando o processo termina, fazemos uma verificação linguística do documento”, afirma Almiro Andrade Júnior, gerente da área da IBM que cuida das traduções. No ano passado, a empresa traduziu 160 milhões de palavras.
Para o futuro, os tradutores deverão usar cada vez mais programas de banco de dados de palavras e expressões, que farão praticamente todo o trabalho braçal. Caberá a eles checar e aprovar a versão feita automaticamente. Os profissionais poderão se dedicar, portanto, mais a trabalhos únicos, de teor estético, como versões de obras literárias – algo que, até hoje, nenhum programa de computador é capaz de fazer.
Revista Época 30.04.2009
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