domingo, 28 de junho de 2009

O futuro das Letras: o ensino comparado de literaturas

Inserida no currículo do curso de Letras em 1961, a Teoria Literária e Literatura Comparada respondem pela introdução do aluno a estudos literários gerais, bem como, à noções teóricas especializadas, indispensáveis a uma boa formação acadêmica. No ano seguinte, Teoria da Literatura passou a ser designada como Teoria Literária e Literatura Comparada, por iniciativa do Prof. Antônio Cândido, visando assegurar o estudo das literaturas estrangeiras e um espaço institucional para a Literatura Comparada. Os objetivos? Ensinar evitando teorizar demais, apresentando como os conceitos “funcionam” na prática imediata, bem como, entrar em contato com os “clássicos” de maneira atualizada. Referindo-se às perspectivas que o ensino de Letras acenam, João Camilo dos Santos, diretor do Centro de Estudos Portugueses da Universidade da Califórnia (Santa Bárbara - EUA), afirmou, na abertura do I Simpósio Ciência, Literatura e Cultura, que é o Ensino Comparado de Literatura, permitindo relacionar conceitos, culturas e formas de expressão literária dos quatro cantos do mundo, muito do futuro do ensino literário mundial.Camilo, incentivando o levantamento de anotações marginais que, amadurecidas em reflexões práticas, fortalece o ineditismo que as dissertações e teses destes podem fomentar, entende que, uma vez que a produção científica da área de Teoria Literária e Literatura Comparada se compõem de trabalhos que recobrem o estudo de aspectos teóricos da poesia e do romance de diferentes nacionalidades, tais manuscritos apresentam maiores chances de serem aceitos em periódicos indexados internacionais, de alto impacto.

Já em relação à tradução das obras nacionais, Camilo entende que não basta o domínio da língua portuguesa e da língua original de uma determinada obra para que a tradução desta seja de boa qualidade. O tradutor, segundo ele, deve dominar a estilística literária, ou seja, saber dizer “literariamente” a força ou suavidade do autor que se está a traduzir. Desta forma, a psicanálise, a história, a genética textual, a política, a música e muitas outras áreas poderiam voltar a receber o olhar cada vez mais interessado do tradutor, para que este se “alimentasse” de toda a riqueza cultural com que estas imbuiriam sua interpretação e posterior tradução.

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Gazeta de Ribeirão 28.06.09

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Milton Hatoum lança livro de contos em Curitiba

Tradutor, professor e considerado um dos grandes escritores brasileiros, Milton é descendente de libaneses, ensinou literatura na Universidade Federal do Amazonas e na Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). Seus textos coesos e precisos trazem o leitor a uma interpretação particular e singela.

Suas outras obras deram notoriedade dentro e fora do Brasil. "O livro Dois Irmãos confirmou Hatoum como um dos maiores romancistas da América do Sul. Em Cinzas do Norte, a derrota de uma geração e sua transcendência moral dão ao romance uma amplitude épica", publica Maya Jaggi, do jornal britânico The Guardian. "Apesar de sua obra até então bastante reduzida, ele se estabelece definitivamente como uma figura central da literatura brasileira contemporânea", menciona Florian Borchmeyer, do periódico Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Leia sobre o lançamento do livro

Paraná Online 24.06.09

Maupassant revisitado

Cento e vinte e cinco contos, mais de 800 páginas e quase um ano de trabalho diário. São essas as medidas da mais recente obra do escritor gaúcho Amilcar Bettega – a imersão naquele que é um dos maiores contistas que o mundo já viu, o francês Guy de Maupassant (1850 – 1893), autor de clássicos como Bola de Sebo, O Horla e Carta de um Louco, todos presentes no catatau lançado recentemente pela Companhia das Letras.
Os tais 125 Contos de Guy de Maupassant foram escolhidos pela psicanalista Noemi Moritz Kon, que assina o texto de apresentação do livro – aliás, há uma falha de edição: nem Noemi, nem Amilcar são devidamente apresentados. Não custa lembrar: Amilcar, 45 anos, é também contista, vencedor do Prêmio Portugal Telecom com Os Lados do Círculo (2004). Em entrevista por e-mail de Paris, onde mora há seis anos e meio (“Por razões familiares, visto que minha mulher é daqui”), onde dá aulas de português na Sorbonne Nouvelle – Paris 3 e onde escreve um romance para o projeto Amores Expressos (da Cia. das Letras) inspirado em viagem a Istambul, o gaúcho de São Gabriel comenta a insana porém adorável empreitada que foi traduzir Maupassant:
– Sou muito lento, checo palavra por palavra, depois a frase, o conto todo, o ritmo. Creio que jamais vou aceitar fazer um trabalho dessa envergadura. Mas para alguém que, como eu, é fã do gênero conto e que também os escreve, foi como ter aulas com um dos maiores mestres no assunto.

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Zero Hora, 24.06.09

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Best-seller de vanguarda, “Zazie no metrô”, do escritor francês Raymond Queneau, ganha nova edição

Raymond Queneau (1903 - 1976) é da quase extinta espécie de intelectuais a que se dava o nome de “eruditos”. Enquanto em outros esses genes se manifestavam numa escrita hermética e pesada, Queneau alcançava o quase milaculoso efeito da leveza.

Queneau publicou “Zazie no metrô” há exatos 50 anos. No livro, narra os acontecimentos que se sucedem à pré-adolescente Zazie, em suas andanças pelas ruas de Paris. Ela chega à capital francesa vinda de uma pequena cidade do interior do país. Na casa de seu tio Gabriel, se revela mal educada e geniosa e acaba envolvendo os vizinhos do tio, um estranho que encontra na rua e uma viúva demasiadamente carente.

No Brasil, “Zazie no metrô” foi publicado, pela primeira vez, em 1985. Traduzida por Iréne Harlek Cubric, a versão da editora Rocco se encontrava fora do mercado há mais de duas décadas. Nos 50 anos do livro, a obra foi lembrada ganhando uma nova e zeloza tradução de Paulo Werneck.

A tradução, aliás, é que salva o livro, já que a literatura de Queneau é uma escrita do risco. É como se o autor andasse sobre um muro alto que dividisse a tradição moderna do romance e da prosa inventiva (James Joyce, Marcel Proust, Virginia Wolff) e as narrativas “baratas” dos romances de banca de jornal e do cinema de entretenimento. Queneau se vale de recursos como a reconstrução do léxico e do vocabulário, fundindo palavras, criando novas e flexionando outras, conforme seu uso oral.

Por recorrer à oralidade, Queneau atrelou seu romance à língua. Mais que as paisagens, “Zazie no metrô” propõe um percurso pela própria língua francesa. Solucionar isso, incluindo o português falado no Brasil na mistura de Queneau, sem incorrer em inadequações, é o grande trunfo do trabalho de de Paulo Werneck na tradução.

É ele quem explica: “A tradução hoje é encarada quase como um gênero literário autônomo; há quem defenda que seria um texto tão original quanto o ‘original’. Sou mais cauteloso quanto a isso, acho que é necessário acompanhar o autor passo a passo. O livro é do autor, e não do tradutor´, enfatiza, acrescentando, sobre os dilemas e as sutilezas de seu ofício: ´No entanto, se o livro é muito sugestivo, como ‘Zazie’, se propõe brincadeiras com a linguagem, trocadilhos, gírias, minha obrigação como tradutor é seguir o autor nisso tudo e encontrar correspondentes em português. É menos uma questão de ser ‘fiel’ e mais de ser ‘leal’ ao autor. Caso contrário, vou traí-lo”.

Solucionado o impasse lingüístico, Werneck deixa o romance o mais transparente possível. O que fica à vista é uma história engraçada, beirando o surrealismo. Um confusão, nas ruas de Paris e na(s) língua(s), motivada por uma criança espevitada, cujo único desejo é andar de metrô.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=648563

Mundo afora, Sérgio Xavier fala e ouve pelo presidente, guarda segredos de Estado e ganha status no poder

Entre um chope no Bracarense, no Leblon, e o vôlei de praia em Ipanema, o carioca Sérgio Xavier sempre rezou pela cartilha da esquerda. Com parentes perseguidos pela ditadura militar, dedicou-se ao movimento sindical, à construção do PT no Rio de Janeiro e abraçou causas sociais, como a campanha contra a fome liderada por Hebert de Souza, o Betinho. Aos 42 anos, formado em comunicação social, resolveu arriscar uma virada na vida. A oportunidade surgiu num jantar oferecido pelo então presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, a mais de 100 ONGs internacionais, durante a ECO-92, a conferência sobre meio ambiente. Ofereceu-se para traduzir o discurso do então sempre candidato da legenda ao Palácio do Planalto. Lula gostou do resultado e, dois anos depois, levou o intérprete para um encontro com o líder africano Nelson Mandela. Hoje, Xavier é o intérprete oficial da Presidência da República. A rotina carioca do chopevôlei deu lugar a uma agenda repleta de compromissos oficiais e coquetéis com chefes de Estado.

A bordo do Aerolula, Xavier conheceu mais países do que poderia sonhar e passou a conviver com líderes mundiais. Em maio, durante a reunião do G-20 em Londres, seu rosto ganhou as manchetes quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamou Lula de "o cara". Coube a ele traduzir a gíria americana. Na semana passada, acompanhou o giro presidencial pela Suíça, Rússia e Casaquistão. Na reunião dos BRICs, além dos encontros pessoais, teve o desafio de fazer traduções simultâneas de cabine, do inglês para o português. Com a relevância da função, vem o assédio. Ao servir de boca e ouvidos do presidente Lula mundo afora, inclusive nas conversas particulares com autoridades estrangeiras, Xavier se tornou o interlocutor mais cobiçado de Brasília por assessores, ministros e jornalistas. Todos tentam arrancar do tradutor algum segredo de Estado. Mas, sempre discreto e fiel aos princípios da profissão, ele apenas sorri e desconversa. Quando pressionado, cala-se.

O assunto é tabu, mas é quase certo que Xavier tenha assinado um termo de confidencialidade com a Presidência, já que não está sujeito ao sigilo funcional de um servidor público. "Acredito que o Sérgio tenha assinado um contrato que exige o sigilo", afirma Elizabeth Thompson, presidente do Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra), do qual Xavier já foi vice-presidente. Com ou sem contrato, Lula confia cegamente nele, afinal são 17 anos de amizade. Os dois compartilham também as convicções políticas. Xavier é militante do PT e por dez anos fez trabalho voluntário de tradução para o partido. Em 2006, doou R$ 7 mil para a campanha de Jaques Wagner ao governo da Bahia, cuja família é do Rio.

Apesar do engajamento político, Xavier defende a ideia de que o intérprete seja "neutro para inspirar confiabilidade". Um mandamento nem sempre cumprido. "Num regime de esquerda, seja em países orientais, seja em ocidentais, o intérprete oficial faz certas censuras, ou poderíamos dizer aparos, durante seu trabalho", explicou, numa rara entrevista concedida à colega Tereza Braga, da American Translator Association (ATA), em 2004. O conhecimento profundo do sindicalismo ajuda Xavier a traduzir expressões como "rank and file", termo para designar a massa dos trabalhadores, a base abaixo dos dirigentes sindicais e dos líderes políticos. Em 2003, ele coordenou uma equipe de 120 intérpretes no Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Aos 59 anos, que completa agora em julho, costuma comentar com amigos que um dos pontos altos de seu currículo foi ter trabalhado com Betinho no Ibase.

Durante quase uma década Xavier não cobrou por seus trabalhos. Só passou a faturar quando Lula chegou à Presidência. De 2004 a 2009, recebeu R$ 335 mil da Presidência, segundo dados da Controladoria Geral da União. Por meio de sua empresa, a Global Multilíngue, também convoca intérpretes para ajudar com outros idiomas. No caso das traduções de francês e espanhol, chama o consultor legislativo Lucio Reiner. Quando o idioma é o russo, entra em cena Luiz Carlos Prestes Filho. Um dos filhos do Cavaleiro da Esperança, Prestinho, como é conhecido, presenciou os encontros de Lula com Vladimir Putin. E na semana passada acompanhou o presidente Lula no encontro dos BRICs em Ecaterimburgo e na visita ao Casaquistão.

"Minha maior alegria é ser o que alguns colegas chamam de 'a voz do Brasil' ou 'dublê', como me qualificou o presidente ao me apresentar num evento nos EUA", disse Xavier à ATA. A principal dificuldade de sua função, segundo ele, é romper as barreiras dos seguranças para ter acesso a Lula durante eventos internacionais. Vez ou outra, o próprio presidente intervém para impedir que ele seja barrado. A tradutora Liane Lazoski, que começou a carreira fazendo eventos empresariais ao lado de Xavier, diz que o amigo "é extremamente metódico e disciplinado". "Ele está num posto almejado por todos. Mas também tem uma responsabilidade sem igual. Acho dificílimo fazer o que ele faz", diz Liane.

Um dos maiores desafios é ser fiel às expressões e piadas usadas por Lula. No primeiro encontro que teve com Barack Obama, na Casa Branca, em março, o presidente disse que o americano tinha um "pepino" nas mãos, ao assumir os EUA em plena recessão. Xavier não encontrou no inglês algo similar à expressão brasileira. Disse apenas que Lula"não queria estar na sua posição".

Na visita a Windhoek, na Namíbia, em 2003, o presidente declarou que quem chegava à cidade nem parecia que estava na África porque "poucas cidades do mundo eram tão limpas, tão bonitas". O intérprete omitiu a palavra "limpa", que poderia ser entendida como uma ofensa ao continente.

Embora a imprensa brasileira tenha destacado a gafe de Lula, naquele momento, diante das autoridades do país, Xavier mostrou que seu papel, hoje, é muito mais importante do que aparenta. É, às vezes, diplomático.

sábado, 20 de junho de 2009

Entre um verso e outro

"Cartas de ontem", é um livro de poesias do britânico Richard Price. Lá, ele reúne poemas que versam sobre o amor com uma linguagem contemporânea sem deixar de ser lírica. Em seu lirismo, o autor dialoga com poetas como o italiano Catulo, e trafega pelo discurso amoroso do filósofo francês Roland Barthes.
O intuito da tradução do livro ao português é de proporcionar ao leitor brasileiro maior contato com a produção recente de poesia contemporânea do Reino Unido. Segundo a tradutora Virna Teixeira, "temos uma latência muito grande de traduções". Ela explica que a importância de trazer novos autores do Reino Unido é a mesma de levar novos autores brasileiros para lá. E acrescenta:
- Lá, tem menos pessoas ainda traduzindo poesia brasileira para o Reino Unido. Esse intercâmbio é importante e é preciso dar um primeiro passo.
Richard, o autor, nasceu na Inglaterra e cresceu na Escócia. Formado em jornalismo, inglês e biblioteconomia, é hoje o responsável pelo setor de coleções modernas britânicas na British Library, em Londres.
Poeta, prosador e tradutor, Richard se dedica também a ser editor da revista literária Painted, Spoken. Aos 43 anos, tem dois livros publicados com boa repercussão de público e crítica. Um de seus livros, o Lucky Day, foi indicado para o Whitbread Poetry Prize em 2005, um importante prêmio de literatura contemporânea.
Virna Teixeira é poeta e tradutora. Formou-se em medicina e, nas horas vagas, é neurologista. Obteve em 2001 uma bolsa Chevening do British Council para mestrado na University of Edinburgh, Escócia. Lá, acabou se interessando pela poesia escocesa. Frequentou algumas leituras e cursos paralelos. Tomou contato com a obra do poeta Edwin Morgan. "Fiquei impressionada e comecei a traduzir poesias dele", lembra.
Publicou dois livros de traduções de poesia escocesa: Na Estação Central, de Edwin Morgan (editora UnB, 2006) e a antologia Ovelha Negra (Lumme Editor, 2007), que teve apoio da Cultura Inglesa e Scottish Arts Council.
Enquanto produzia a Ovelha Negra, conheceu a obra do Richard e entrou em contato com ele. Por sugestão do poeta, Virna também lançou sua antologia em Londres. Desde então, a tradutora-médica deixou clara sua intenção em traduzir mais trabalhos do Richard. E assim o fez.

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Terra Magazine 19.06.09

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tradutor portátil na feira tecnológica em SP

Computadores de última geração, chapinha high tech, cafeteira capaz de preparar 14 xícaras de uma vez e um tradutor portátil são algumas das novidades tecnológicas que serão apresentadas no Eletrolar Show 2009 - 4ª Feira de Negócios para a Indústria e o Varejo de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos. O evento ocorre entre terça (16) e sexta-feira (19), das 13h às 21h, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Os lançamentos apresentados deverão estar nas prateleiras das lojas de todo o Brasil nos próximos meses.
Um dos destaque fica por conta do Talk Translator PC-T9000, um tradutor portátil “fluente” em dez idiomas e que contém mais de 300 mil palavras e 1.400 frases.

G1, 16.06.09


UFSC sedia encontro internacional

Oficinas, palestras e mesas-redonadas estão entre as atividade do I Encontro Internacional de Teatro da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).O evento começa hoje, às 9h, com a oficina Processo de Criação do Ator _ composição sonora da palavra via dramaturgia do corpo, ministrada por Janaina Träsel Martins, no campus da UFSC.Até a próxima quinta-feira os mais expressivos nomes da área como Christophe Bident e Dominique Rabaté são algumas das atrações do evento.– É um encontro de alta qualidade teórica e reflexão prática. Queremos convidar os colegas que realizam trabalhos em dramaturgia, tanto teatral, quanto cinematográfica, aqui na universidade – observa Sergio Medeiros, professor do curso de Pós-graduação em Literatura e do Núcleo de Oralidade e Outras Linguagens da universidade e organizador do evento. A programação conta ainda com a presença de grandes tradudores de peças teatrais como Donaldo Schüler, tradutor dos trágicos gregos; Fábio de Souza Andrade, tradutor das maiores peças de Samuel Beckett e resenhista da Folha de S. Paulo; Arlete Cavaliere, tradutora do teatro completo de Gógol e de Maiakóvski. A programação completa pode ser conferida no endereço eletrônico www.ufsc.br.

Diário Catarinense 15.06.09

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sensações da juventude e a Literatura

Tatiana Salem Levy sempre teve a literatura como "uma companhia". Vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2008, na categoria autor estreante, com o seu primeiro romance, "A Chave da Casa", a escritora trata do seu envolvimento com a arte das letras durante a participação no projeto Viagem Literária, que tem início na região amanhã, em Penápolis (Leia mais na página D2).Destacando a importância do estímulo à leitura na infância e na adolescência e a necessidade de se desenvolver mecanismos que motivem o jovem ao contato com a literatura, Tatiana conversou com a reportagem, por telefone, sobre sua trajetória.Filha de pais brasileiros, Tatiana nasceu em 1979, em Lisboa, Portugal. Com a dupla-nacionalidade, publicou por lá e por aqui. "A Chave da Casa" é de autoficção e foi lançado no Brasil pela editora Record e em Portugal pela Livros Cotovia.Tradutora e doutora em Estudos de Literatura, ela publicou também "A experiência do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze" e contos na revista "Ficções 11", nas antologias "Paralelos" e em "25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira".Leitora de Clarice Lispector na adolescência, Tatiana agradece por ter nascido em uma família que sempre deu valor à leitura. Pesquisando para um novo romance para o público jovem e adulto, é a primeira vez que participa do Viagem Literária."Quero estabelecer uma conversa com os participantes, uma coisa próxima; não quero ficar no lugar de palestrante. Vou ter uma conversa sobre literatura, falar um pouco do meu percurso dentro da literatura, como surgiu minha relação com o livro, a leitura."

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Folha da Região, 14.06.09

Marco da ficção expressionista, épico ganha uma segunda tradução no Brasil ao completar 80 anos

'Berlin Alexanderplatz', de Alfred Döblin, volta renovado. O mais incômodo épico da literatura alemã do século 20, Berlin Alexanderplatz, obra-prima do médico e escritor Alfred Döblin (1878-1957), ganha, aos 80 anos, uma nova tradução, a cargo da professora de Literatura Irene Aron, que a Editora Martins/Martins Fontes coloca nas livrarias no começo de julho. O livro, já traduzido anteriormente por Lya Luft, volta às livrarias num momento de crise, o de uma recessão cada vez mais desestabilizadora, que ameaça empurrar para o precipício países fragilizados, exatamente como aconteceu no passado com a Alemanha, tomada de assalto pelos nazistas. Em mais de uma ocasião - e com justa razão -, a atual crise financeira do mundo foi comparada ao inferno de Wall Street em 1929, ano do grande crash da Bolsa - e também da chegada de Berlin Alexanderplatz ao mercado, após sua publicação em folhetim ter sido recusada por dois dos principais jornais liberais de Berlim.
Leia trechos da tradução

Estadão 15.06.09

sábado, 13 de junho de 2009

Salinger, Nabokov, Roth, McEwan. Jorio Dauster só traduz gigantes

Entrevista: Jorio Dauster, TRADUTOR DE INDIGNAÇÃO

Depois de sete livros em sequência, a tradução de Philip Roth trocou de mãos. Saiu o professor, poeta e contista carioca Paulo Henriques Britto, 57 anos, e entrou o diplomata e consultor de empresas Jorio Dauster, 71, seu conterrâneo. A Companhia das Letras diz que se trata só de uma questão de agenda (Britto é um profissional muito requisitado). De qualquer forma, o leitor não precisa se preocupar: Roth está em boas mãos. Dauster verteu para o português três obras de J.D. Salinger e 10 de Vladimir Nabokov, incluindo os clássicos O Apanhador no Campo de Centeio (em 1965) e Lolita (na versão mais recente, de 1994). Depois de Indignação, pegou dois Ian McEwan, O Jardim de Cimento (já no prelo) e Amor Infindo. Ou seja, só trabalha com autores consagrados.– Encaro as traduções como um hobby, e não como uma ocupação – diz Dauster em entrevista por e-mail. – Só aceito trabalhar com autores de que gosto e sem prazos rígidos de entrega, o que permite que cada obra se transforme num prazer e jamais como uma obrigação.
Leia a entrevista

Zero Hora 13.06.09

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Google lança nova ferramenta de tradução que aprende com erros

Quem já precisou usar websites de tradução sabe que eles não são muito confiáveis e muitas vezes falham até mesmo em tarefas simples. Para o Google, o problema dessas ferramentas, inclusive do seu Google Translate, é a falta de um "toque humano". Para modificar esse quadro, a empresa anunciou nesta segunda-feira o lançamento do Google Translator Toolkit .
O kit permite que se faça a tradução automática de um arquivo de texto em seu computador, de um arquivo da Wikipedia ou do Knol ou de um site qualquer. Para isso, basta indicar o local do arquivo no seu computador ou o endereço do site a ser traduzido.
Feita a tradução automática, o Google Translator Toolkit oferece ferramentas para uma sintonia fina no texto, como busca e dicionários. Com isso, o trabalho da máquina pode ser aperfeiçoado. Segundo o Google, o sistema aprende com as correções feitas pelos usuários, criando uma memória de tradução.
O Translator Toolkit funciona integrado com a Wikipedia, o que permite uma publicação imediata do resultado da tradução na enciclopédia colaborativa online. O serviço por enquanto funciona apenas para traduções feitas a partir do inglês, com 47 "idiomas-alvo".

Veja o vídeo demonstrativo

O Globo 09.06.09

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Escritor Didier Lamaison vira imortal da Academia de Letras

O escritor e tradutor francês Didier Lamaison foi eleito Sócio Correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ocupará a Cadeira nº1 do quadro, tornando-se um imortal. Lamaison substituirá o escritor português António Alçada Baptista, que morreu em dezembro de 2008.
Tradutor de Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Augusto dos Anjos, entre outros poetas brasileiros, Didier Lamaison é autor do romance noir .
A eleição para o quadro de Sócio Correspondente da ABL aconteceu na sessão da tarde desta quinta-feira (4), quando Lamaison recebeu 31 votos.
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Viagem Literária

De Junho a Novembro deste ano, a Biblioteca Municipal "Vereador Rômulo Campos D´Arace" receberá o Programa Viagem Literária.
Pindamonhangaba é uma das 55 cidades do Estado de São Paulo, a receber o programa - que leva escritores renomados e jovens talentos a fazer, literalmente, uma viagem por todo o Estado, percorrendo 275 bibliotecas.
Em Pinda, o programa começa dia 23 de junho, às 15 horas, recebendo o escritor Modesto Carone, considerado o mais importante tradutor da obra ficcional de Franz Kafka no Brasil.

Modesto Carone nasceu em 1937, em Sorocaba, Estado de são Paulo. Foi jornalista e mais tarde professor de Literatura nas universidades de Viena (Áustria), São Paulo e Campinas. É considerado o mais importante tradutor da obra ficcional de Franz Kafka no Brasil. Vencedor do Prêmio Jabuti pelos títulos As Marcas do Real e Resumo de Ana, publicou em 2007 o livro de contos Por trás dos Vidros, que reúne textos inéditos e obras já conhecidas.
http://www.pindavale.com.br/colunas/default.asp?id=14225&cod=215

O designer da linguagem

Em seu “Eupoema”, o estudioso Décio Pignatari anuncia, “Não sou quem escreve, mas sim o que escrevo: Algures. Alguém são ecos do enlevo”...Seu poema pode ser lido junto aos ecos alcançados por seu pensamento mundo afora. Mundos de ontem e de hoje. Desde quando lançou seu primeiro livro de poesias, “Carrossel”, passando pelos seus escritos na revista ‘Noigandres’ - ainda na década de 50 ao lado dos irmãos concretistas Augusto e Haroldo de Campos; chegando aos dias de hoje, quando Décio, aos 81 anos de vida se dedica aos estudos da semiótica e se alegra ao ver chegar nas prateleiras brasileiras a obra “Bili com Limão Verde na Mão”, escrita para o público infanto-juvenil. Convidado para a Semana de Humanidades da UFRN, o escritor, tradutor e poeta conversou com o VIVER horas antes de sua palestra, com a voz um pouco cansada mas com a energia de um menino. Falou sobre a trilogia que está escrevendo – uma delas com a história das cartas de Nísia Floresta e Augusto Comte -, e fez crítica à ausência de qualidade na literatura contemporânea brasileira.Em seu olhar caleidoscópio sobre o mundo, o poeta e cientista acredita que as ciências humanas precisam beber nas fontes das ciências exatas e tecnológicas na tentativa de consertar o erro instalado por anos a fio na história da academia. Para ele, existe uma ausência na formação do professor de literatura e de artes quando precisam analisar obras. “Existe um isolamento da área de humanas em relação ao universo lógico. Não é que o professor precise entender matemática, mas ter acesso a outras informações para compor sua sabedoria”, disse .Mesmo hoje em dia preferindo a música no lugar da leitura, sua inquietação diante das ciências humanas alcança um pensamento bombástico. Para ele, a humanidade está fragilizada com a tecnologia e a literatura está desaparecendo. “Tanto o romance como a poesia estão desaparecendo em qualidade. E o ciclo do verso está chegando ao fim. O verso hoje é um fóssil”.Suas palavras soam como um grito debaixo de seus olhos já frágeis pela idade. E ele acrescenta que a mudança brusca da tecnologia atinge diretamente a arte. “Estamos numa fase de imensas mutações. Hoje os prosadores brasileiros escrevem iguais. Não existe um estudo, uma teoria, uma direção lógica para a produção literária. O estímulo geral hoje na literatura é o mercadológico. Poesia está fora disso, pois a poesia contraria a lógica e sinceramente ninguém lê poesia, mas isso é outro assunto”, disparou. Em seu discurso, o concretismo foi a única revolução internacional nascida no Brasil. Ele que hoje não escreve mais poesia mas fez parte do nascimento do poema concreto, faz questão de abraçar o silêncio para se abrigar dessa loucura transmutável em que se transformou o mundo. “Estou (des) crevendo para esquecer”, disse Décio lembrando que hoje ele escreve sim, mas escreve em seu caderno de bordo, uma espécie de diário de ideias e faz no máximo um poema com três linhas, tão raros quanto o próprio escritor.
Leia a Entrevista em:
http://tribunadonorte.com.br/noticias/111414.html