Com ciclos de lançamento de produtos cada vez mais curtos, os profissionais da IBM responsáveis pela tradução e adaptação de software e manuais para o português e espanhol não têm tido muito descanso. "A gente está terminando uma versão e já começa a trabalhar em outra", brinca Almiro Andrade Júnior, gerente do laboratório de tradução, um dos 25 instalados pela companhia em todo o mundo.
Em meio a tantos afazeres, o que ajuda Andrade e seus companheiros é o uso intensivo de sistemas e ferramentas de tecnologia da informação (TI) criados para automatizar parte do processo de tradução e adaptação. "Um tradutor normal faz cerca de 3,5 mil palavras ao dia. Com a tecnologia, já conseguimos fazer 10 mil", diz Andrade.
Pouco conhecido, ou despercebido pela maioria das pessoas, o mercado de tradução e adaptação é uma indústria de mais de US$ 10 bilhões, com expectativa de dobrar nos próximos três anos. Ele atrai não só empresas dedicadas ao mercado de idiomas, mas também grandes empresas de tecnologia como Xerox e Hewlett-Packard (HP). De forma geral, o que explica o crescimento desse tipo de serviço é o processo de internacionalização das empresas e a necessidade de adaptar produtos, documentação técnica e outros materiais.
Lidar com um volume de 160 milhões de palavras em apenas um ano, como acontece com a IBM, seria inviável em termos de tempo e despesas não fossem os programas que criam as chamadas memórias de tradução - bancos de dados com termos e expressões utilizadas com maior freqüência. Alguns, chegam a realizar trabalhos completos utilizando conceitos como redes neurais e combinação parcial de arquivos (fuzzy match).
"A máquina faz hoje cerca de 50% do trabalho", comenta Thiana Donato, fundadora e diretora da brasileira All Tasks, que atua há 30 anos com traduções e localizações e já realizou projetos até para a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. Com capacidade para trabalhar com oito milhões de palavras por mês, a empresa aposta no uso da tecnologia no processo de tradução e na própria infra-estrutura da companhia. Thiana aposta em idéias como o trabalho remoto para oferecer acesso à rede da empresa aos colaboradores externos e agilizar o fluxo dos trabalhos. Em 2009, com a busca de contratos em outros países, a previsão é de que o faturamento da All Tasks vai chegar a US$ 7 milhões.
Savio Levi, diretor de operações da americana Lionbridge no Brasil, uma das maiores empresas do setor, com faturamento superior a US$ 400 milhões, destaca o uso das ferramentas para o acompanhamento das idas e vindas de material entre tradutores e clientes, o chamado controle de versão, expressão bastante usada pelos desenvolvedores de software. A empresa também cria e vende sistemas para tradução e localização, responsáveis por cerca de 40% da sua receita, afirma Levi.
O desenvolvimento de novas tecnologias fará com que as máquinas ocupem o espaço dos humanos no processo de tradução, mas a figura do tradutor não deixará de existir. Andrade, da IBM, acredita que vai ocorrer uma mudança no papel do profissional. "Ele vai migrar para a função de um validador, que concorda ou não com a tradução do software", diz. Na opinião de Thiana, o tradutor do futuro administrará a tradução, ao invés de fazê-la.
Em meio a tantos afazeres, o que ajuda Andrade e seus companheiros é o uso intensivo de sistemas e ferramentas de tecnologia da informação (TI) criados para automatizar parte do processo de tradução e adaptação. "Um tradutor normal faz cerca de 3,5 mil palavras ao dia. Com a tecnologia, já conseguimos fazer 10 mil", diz Andrade.
Pouco conhecido, ou despercebido pela maioria das pessoas, o mercado de tradução e adaptação é uma indústria de mais de US$ 10 bilhões, com expectativa de dobrar nos próximos três anos. Ele atrai não só empresas dedicadas ao mercado de idiomas, mas também grandes empresas de tecnologia como Xerox e Hewlett-Packard (HP). De forma geral, o que explica o crescimento desse tipo de serviço é o processo de internacionalização das empresas e a necessidade de adaptar produtos, documentação técnica e outros materiais.
Lidar com um volume de 160 milhões de palavras em apenas um ano, como acontece com a IBM, seria inviável em termos de tempo e despesas não fossem os programas que criam as chamadas memórias de tradução - bancos de dados com termos e expressões utilizadas com maior freqüência. Alguns, chegam a realizar trabalhos completos utilizando conceitos como redes neurais e combinação parcial de arquivos (fuzzy match).
"A máquina faz hoje cerca de 50% do trabalho", comenta Thiana Donato, fundadora e diretora da brasileira All Tasks, que atua há 30 anos com traduções e localizações e já realizou projetos até para a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. Com capacidade para trabalhar com oito milhões de palavras por mês, a empresa aposta no uso da tecnologia no processo de tradução e na própria infra-estrutura da companhia. Thiana aposta em idéias como o trabalho remoto para oferecer acesso à rede da empresa aos colaboradores externos e agilizar o fluxo dos trabalhos. Em 2009, com a busca de contratos em outros países, a previsão é de que o faturamento da All Tasks vai chegar a US$ 7 milhões.
Savio Levi, diretor de operações da americana Lionbridge no Brasil, uma das maiores empresas do setor, com faturamento superior a US$ 400 milhões, destaca o uso das ferramentas para o acompanhamento das idas e vindas de material entre tradutores e clientes, o chamado controle de versão, expressão bastante usada pelos desenvolvedores de software. A empresa também cria e vende sistemas para tradução e localização, responsáveis por cerca de 40% da sua receita, afirma Levi.
O desenvolvimento de novas tecnologias fará com que as máquinas ocupem o espaço dos humanos no processo de tradução, mas a figura do tradutor não deixará de existir. Andrade, da IBM, acredita que vai ocorrer uma mudança no papel do profissional. "Ele vai migrar para a função de um validador, que concorda ou não com a tradução do software", diz. Na opinião de Thiana, o tradutor do futuro administrará a tradução, ao invés de fazê-la.
Valor Econômico, 15.01.2009