segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

VAGA PARA PROFESSORA NA ESCOLA BRITÂNICA - RIO DE JANEIRO

A Escola Britânica da Barra precisa de assistente de professora para trabalhar em turma de crianças de 4/5 anos. O horário é 7:30 as 15:30. A profissional precisa ter Normal ou Letras ou Pedagogia e ser fluente em Inglês. Experiência com crianças pequenas é importante.

Currículos para Isadora Guise (iguise@britishschool.g12.br)

SESC contrata professor temporário de inglês

Seleção de professor de inglês temporário para a Escola SESC


Entrar em contato com a Coordenadora de Inglês da Escola SESC,  Ligia Cavalcante:

E-mails:

ligiacavalcante@hotmail.com

lcavalcante@escolasesc.com.br

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Deus Ex Machina: os tradutores automáticos surgiram para resolver os problemas ou para varrer os tradutores da face da Terra?

Palestra de Ana Julia Perrotti-Garcia



28 de Janeiro às 14 horas no Auditório Adoniram Barbosa do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro 1000), durante o 11o. Encontro de Férias da SBS)

As inscrições são gratuitas (doe um livro no dia da palestra) e devem ser feitas pelo link http://www.sbs.com.br/encontrodeferias/

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Search giant admits translations can be lacking

GOOGLE has admitted that its translation engines are not perfect and not yet ready for "sensitive debates"

Google vice-president Vint Cerf said the use of statistical translation methods, where translations are made on the basis of probabilities and don't rely on parsing, had vastly improved online translation.


But he warned about their reliability and said there were problems with interpreting the meaning of the same phrase in British and American English, let alone phrases in different languages.

"I'd be really careful about having any kind of a sensitive debate with someone either spoken or written using these translations," he said during a visit to The Australian's Sydney bureau last week.

Google offers online translations between more than 50 languages. It employs voice recognition in the Google iPhone app. It is seeking to combine these technologies to produce a phone capable of real-time voice translation.

Dr Cerf said Google has begun building translation statistics by comparing phrases found in documents produced in multiple languages.

"Now our research teams are starting to combine the statistical methods, which work well when we have a large body of translated materials to work with, to multiple documents written in different languages that purport to be the same thing.

"Our national institutes of standards and technology have rated the Google translations as above all others that I know about.

"If we were going from zero to 10, we would be about five, that's better than almost everybody else.

"But I can tell you that I read newspapers from other countries by using Google Translate and at least I'm getting a pretty good gist of what's being said and if I need to know more I'd go to a language speaker, an expert speaker."

The Australian

Editora é acusada de plagiar traduções de Monteiro Lobato

Ministério Público Federal investiga obras lançadas pela Martin Claret


Guss de Lucca

Além de autor de romances consagrados, o escritor Monteiro Lobato, criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, também se dedicou a traduções de obras estrangeiras para o português, entre elas “O Livro da Jângal”, de Rudyard Kipling, e “O Lobo do Mar”, de Jack London.


Essas duas obras foram lançadas no Brasil pela editora Martin Claret, com traduções atribuídas a Alex Marins e Pietro Nassetti. O Ministério Público Federal investiga denúncia de que ambas seriam, na verdade, de Lobato.

"'O Livro da Jângal' da Martin Claret é idêntico ao do Monteiro Lobato, enquanto 'O Lobo do Mar' tem leves mudanças", explica a autora da denúncia, a tradutora Denise Bottmann. "Mandei a petição e diversas fotocópias para várias livrarias, pedindo que tirassem as publicações de circulação, o que não ocorreu. A questão principal é o desrespeito ao leitor, que mal sabe que está lendo Monteiro Lobato".

Atualmente nas mãos do Ministério Público Federal, a petição - que foi enviada em março de 2009 - passa pela análise da perícia, que deve determinar, até abril, se houve reprodução não-autorizada do trabalho do escritor.

"A prova do crime é a parte difícil deste caso. Existe uma dificuldade técnica em avaliar seus elementos", revela a procuradora Adriana Zawada Melo, responsável pelo inquérito. Ela não descarta a possibilidade de buscar auxílio em universidades para determinar se houve ou não reprodução não autorizada. "Nesse caso, precisaríamos de uma pessoa isenta, desvinculada de certos interesses e objetiva em suas análises", completa.

De acordo com Denise Bottmann, a IBEP/Companhia Editora Nacional, que detém os direitos sobre as traduções, já fez um acordo com a Martin Claret. Porém, os livros continuam em circulação sem ajustes no que diz respeito ao crédito da tradução. "Temo que o objetivo do acordo seja só financeiro, sem se preocupar com o que é oferecido ao leitor", disse Adriana Zawada sobre o acordo extrajudicial.

O principal problema, de acordo com a procuradora, é a falta de um órgão responsável pela fiscalização destas edições. "Essa área tem um limbo na fiscalização. O ideal seria poder auditar o catálogo da editora, mas não temos estrutura para fazer isso."

"A Martin Claret disse que faria os acertos nas próximas edições, mas como a editora raramente informa qual é a edição comercializada, isso nunca ocorreu. O primeiro 'O Livro da Jângal' é de 1998, isso quer dizer que durante doze anos eles estão vendendo a mesma edição?", questiona Denise.

A advogada da editora, Maria Luiza Egea, afirma que o Ministério Público Federal não entrou em contato com a Martin Claret e que ela desconhece a denúncia. Ressalta que todos os títulos do catálogo que foram acusados de erros de tradução estão esclarecidos.

"Se o Ministério Público Federal constatar alguma irregularidade, a editora vai apresentar os seus argumentos. A Martin Claret já contratou experts para avaliar traduções em outros casos e sempre que surgiram problemas, a orientação foi a de suspender as publicações e ressarcir o prejuízo. E quando houve interesse em manter a publicação, a editora refez as traduções dos títulos para não restar nenhuma dúvida", disse.

Se constatadas irregularidades nas traduções das obras, o Ministério Público Federal deve indiciar a editora no artigo 216 da Constituição Federal, que trata da defesa do patrimônio cultural brasileiro. Nesse caso, a pena pode ser de prisão para os envolvidos, retirada dos livros de circulação ou a inclusão de uma errata nas obras

Último Segundo IG

Translation, from One Sex to the Other: Discovering the Feminine and Masculine in Translation

Guest Speaker: Dr. Luise von Flotow
Professor and Director of the School of Translation and Interpretation, University of Ottawa

The Concordia Graduate Student Association in Translation is pleased to announce its 10th annual Graduate Student conference. This year we will be considering, among various subjects, translation as a "gendered" activity. Translation Studies and Gender Studies can bring us to a new level of awareness of the shifting nature of language, meaning and identity throughout history and in today's society. For our decennial colloquium we will be revisiting this theme in its various forms.

We welcome submissions from students working in Translation Studies and other related disciplines that shed light on gender and translation.

Some possible questions to consider:

- Can texts or their translations be thought of, in themselves, as "gendered"? How does the role of the translator relate to the roles of men and/or women in society?

- How do gender, sex and/or sexual identity play into texts and translations?

- How do feminist theories inform our understanding of translations?

- How do translations throughout history reflect different views of the translator in society?

- How does gender in translation relate to themes such as nationalism, geography or war?

- How does gender in translation relate to medical or scientific fields?


Submissions may be in either French or English and should include an abstract of approximately 200-250 words. Please submit your proposal electronically to tragrad@alcor.concordia.ca before 5 pm, February 18, 2011.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

At presser, getting lost in translation

Hu Jintao suggested Wednesday that the United States and China increase their communication. Perhaps he meant they should learn each other’s languages?


The process of translating from English to Chinese and back again at a White House press conference lent itself to more than a few instances of awkward pauses and mistakes.

Even President Obama appeared surprised to find that the Q&A wouldn’t be interpreted simultaneously, leaving long pauses between statements from the presidents and reporters’ questions.

“I apologize. I thought we had simultaneous translation there,” Obama said after answering his first question. “So I would have broken up the answer into smaller bites.”

Before another question, Obama seemed to be having some technical difficulties of his own. “I'm sorry, I'm getting it in Chinese,” he said.

The Chinese requested that the Q&A not be interpreted while people were speaking, even though the opening statements were, according to White House spokesman Josh Earnest. As a result, the presidents called on just four reporters over the course of about an hour.

Perhaps the most embarrassing ordeal began with the first question Hu took, posed by the AP’s Ben Feller. “How do you justify China's record, and do you think that's any of the business of the American people?” Feller asked.

After Obama gave an answer, Hu didn't take the question. The press conference moved along, until Bloomberg’s Hans Nichols got to take another crack at it. “President Hu, first off, my colleague asked you a question about human rights which you did not answer,” Nichols said. “I was wondering if we could get an answer to that question.”

Through a translator, Hu explained that he didn’t answer the question because he didn’t hear it.

“First off, I could clarify, because of the technical translation and interpretation problem, I did not hear the question about the human rights,” he said. “What I know was that he was asking a question directed at President Obama. As you raised this question and I heard the question properly, certainly I'm in a position to answer that question.”

But Earnest told POLITICO after the presser that the English-to-Mandarin translator, an experienced State Department translator, confirmed to the White House that Feller's question was conveyed in full to Hu.

The issues were so complicated that at one point, a Chinese reporter prefaced his question with a special request. “Because of the on-and-off interpretation from the simultaneous booths, I would like to ask the Chinese consecutive interpreter to interpret my two questions correctly and accurately,” he said as people laughed.

Ostensibly pressed for time because so much of the presser was dedicated to translations, Obama at one point told Nichols that he could ask only one question, after Hu passed on talking about members of Congress skipping the state dinner.

“Is that the question you want to pose to me, Hans?” Obama asked. “You get one.”

Nichols apparently reconsidered and asked Obama instead about exports.

At the end of the amusing news conference, Obama took it upon himself to apologize for the delays. “Thank you so much for your patience, due to the technical difficulties,” he said.
 
Politico

Translation confusion at Obama-Hu news conference

By ERICA WERNER, Associated Press Erica Werner, Associated Press


WASHINGTON – Translation mix-ups led to some confusion at Wednesday's White House news conference with President Barack Obama and Chinese President Hu Jintao.

Obama initially thought his responses were being translated simultaneously into Chinese for Hu. But they weren't, and so the Chinese-language translator had to embark on a lengthy translation following Obama's response to the first question he was asked, on human rights.

"I apologize, I thought we had simultaneous translation there," Obama said after he realized what had happened. "So I would have broken up the answer into smaller bites."

The human rights question also was directed at Hu, but the Chinese president didn't answer it, initially causing the impression that he was avoiding the touchy topic. When the question was repeated to Hu later in the news conference he willingly discussed China's human rights issues, explaining that he hadn't heard the question the first time around "because of the technical translation and interpretation problem." The White House said the first question had in fact been translated for Hu.

Later in the news conference, a Chinese reporter provoked laughter when he raised the translation issue and asked the Chinese-language translator "to interpret my two questions correctly and accurately."

It wasn't clear what caused the confusion, though the White House said that the Chinese had asked for consecutive — not simultaneous — translation. At various points, both Hu and Obama fiddled with their earpieces.

Meanwhile, English-language networks going live with the news conference were at some points on-air with stretches of Mandarin most viewers would have been unable to comprehend.

Yahoo news

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Monterey FORUM 2011

Innovations in Translator, Interpreter, and Localizer Education

April 8-9, 2011

Graduate School of Translation, Interpretation, and Language Education

Monterey Institute of International Studies

Registration is now open.

Invited Speakers:

Mu Lei, Guangdong University of Foreign Studies (China)

Barbara Moser-Mercer, University of Geneva

Cynthia E. Roat, National Council on Interpreting in Health Care, board member

Jost Zetzsche, Translator and Consultant, International Writers' Group

For more information: contact montereyforum2011@ miis.edu

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Online seminars

Seminars should be available live at http://videoconferencia.urv.es/r55891280/

TIME INDICATED IS LOCAL TIME.

Tuesday January 18, 6pm-8pm
ANDREW CHESTERMAN (Helsinki / Càtedra d'Excel.lència, Tarragona):
Skopos theory: a retrospective assessment

Wednesday January 19, 6pm-8pm

MICHAELA WOLF (Graz): The translators' submissiveness: a myth?

Challenges of the translatorial habitus

Friday January 21, 6pm-8pm

ITAMAR EVEN-ZOHAR (Tel Aviv): Textual efflorescence and social

capital: The case of Medieval Iceland

Wednesday February 2, 2011: 12 midday – 2 pm

ANDREW CHESTERMAN: Understanding Explanation.

All seminars are open to the general public. The live events will be in the Sala de Graus, Ave. Catalunya 35, Tarragona.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Fina sintonia - Intérpretes são testemunhas privilegiadas da história. E costumam guardar segredos com rigor maior do que padres, médicos ou mordomos

Por: Dorrit Harazim

O encontro bilateral de alto nível começara de forma constrangedora. Sentados lado a lado no salão presidencial de Cartum, a capital do Sudão, o presidente Omar Hassan Bashir e a secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice permaneciam mudos. Mal se moviam e evitavam se olhar. Estavam condenados ao silêncio. Do lado de fora, o intérprete Gamal Helal, única pessoa habilitada a descongelar aquela cena, se debatia para furar o cerco da segurança palaciana. A sina dos intérpretes é essa mesma: tendem a ser tão indispensáveis quanto desconhecidos. Só quando Helal conseguiu aninhar-se entre Rice e Bashir é que as duas figuras estáticas adquiriram vida e voz. Puseram-se a falar e a negociar, cada um em sua língua. Com Helal como fio condutor de voltagem dupla - do árabe para o inglês e vice-versa - eles só não se entenderam porque a agenda de ambos era, mesmo, irreconciliável.

Há ocasiões em que o protocolo permite que uma autoridade se expresse no idioma que lhe convier, dispen-sando a presença de intérpretes. Nesta modalidade, coube ao solteirão e misantropo David H. Souter, quando ainda era juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, usar um recurso incomum para salvar uma noitada formal. Sentado ao lado da esposa do ministro da Economia da Hungria, numa das raras vezes em que compareceu a um jantar solene em Washington, Souter e a húngara descobriram uma ferramenta em comum para atravessar a soirée: conversaram em latim.

Já quando o protocolo é lei e o líder é monoglota, os estilos variam de acordo com a personalidade de cada um. O filho de metalúrgico Leonid Brejnev, que comandou a União Soviética de 1964 a 1982, tinha um conhecimento de línguas estrangeiras restrito a uma única expressão: auf Wiedersehen ("até logo", em alemão), com a qual não apenas se despedia como saudava dignitários de vários quadrantes, inclusive os de língua inglesa.

Outra opção é fazer como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que adquiriu invejável descontração em meio a seus pares poliglotas. Quando a coisa aperta, basta-lhe uma frase para ficar seguro: "Cadê o Sérgio?" O carioca -Sérgio Xavier Ferreira, de 59 anos, for-mado em comunicação social e ciência política, e com 36 anos de métier no currículo, tornou-se intérprete de ocasião de Lula para o inglês (e vice-versa, modalidade chamada de retour, no jargão dos profissionais), bem antes da chegada petista ao poder. Foi durante o encontro mundial da Eco 92, realizado no Rio de Janeiro, que Ferreira se ofereceu para traduzir um discurso preparado por Lula para um dos jantares do evento.

A partir daí, o vínculo foi se estreitando e hoje a química entre o presidente globe-trotter e seu intérprete titular é absoluta. Ele se tornou "o cara" do "cara". Declina ser entrevistado enquanto estiver a serviço da presidência da República. Não apenas ele. Lúcio Reiner, aconselhado pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, o jornalista Franklin Martins, também se considerou obrigado a sigilo absoluto até deixar o cargo.

Para um assessor do Palácio do Planalto, a liga entre Sérgio Ferreira e o presidente brasileiro consolidou-se quando Lula, recém-eleito, mas ainda não empossado, empreendeu sua primeira viagem aos Estados Unidos. O encontro de estréia com George W. Bush no Salão Oval da Casa Branca estava marcado para uma terça-feira de inverno em Washington, em 10 de dezembro de 2002. O brasileiro estava tenso, fumava uma cigarrilha atrás da outra - afinal, pisava no país cuja imprensa mais conservadora insistia em retratá-lo como parte de um "eixo Lula-Castro-Chávez", com agenda sindicalista de sotaque esquerdista. Marcel Bouquet, o veterano intérprete do Departamento de Estado para a língua portuguesa, tinha sido convocado para atuar junto a Bush. Sérgio Xavier Ferreira faria o mesmo para Lula.

Pelo formato do encontro, a inter-pretação seguiu a modalidade chamada de "consecutiva", na qual o intérprete primeiro ouve um trecho ou a sentença completa de uma fala, e traduz o que ouviu durante breve pausa do orador, sustentado essencialmente pela memória. Mas não tardou para que o diálogo entre os dois chefes de Estado se tornasse menos protocolar, portanto mais ágil e veloz. A interpretação dupla começou a parecer arrastada e Sérgio achou por bem traduzir tanto as falas de Lula para Bush como as de Bush para Lula - o mencionado retour. Ao final do encontro, o 43º presidente dos Estados Unidos estendeu-lhe a mão e disse: "Parabéns, eu gostaria de cumprimentá-lo pela atuação." Dado que elogios e apreço público a intérpretes são mercadoria rala na profissão, foi um batismo a ser comemorado.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pound era um gênio da literatura ou blefou?

Ezra Weston Loomis Pound continua um enigma difuso que muitos desconhecem, alguns já leram ou ouviram falar, mas poucos, realmente poucos, o apreciam em suas vertentes viçosas - poeta e crítico, embora também se metesse com música e economia, especialmente no ramo das teorias monetárias.

Como crítico e tradutor é quase improvável refutar o que andou escrevendo, mas o lugar de Pound no panteão dos grandes poetas padece da atmosfera de suspense nunca desfeito.

Pound era exigente. Escreveu um romance, releu e jogou na lareira para não resistir à tentação de publicar algo sem a certeza de ser bom.

E dedicou boa parte da vida a escrever uma obra extensa e incompleta chamada Os Cantos (tradução brasileira de José Lino Grunewald), projetada para ser a Divina Comédia moderna, cheia de citações, algumas em grego.

Ele foi fazendo aquilo sem a certeza de que seria realmente o que almejava - uma nova obra máxima.O diacho é que não apareceu ninguém com estatura e respeito suficientes para ser levado a sério depois de dizer que Pound se ferrou e por qual razão.

Além de inconclusos, Os Cantos padecem do mal da incompreensão. E, pior ainda, da pouca leitura. Eruditos dizem que se trata de grande livro, mas não se esforçam em explicar; poucos se esforçam em entender e quase ninguém fala dele por aí, porque também não saberia explicar a razão de sair por aí falando de Pound.

Talvez falte a Pound alguém como ele, que olhou James Joyce e os escritos dele e saiu propagando aos quatro ventos que havia encontrado um gênio. Claro que Joyce gostou, mas também tratou de fazer seu marketing pessoal: afirmou que escrevia um livro (Ulysses) para dar trabalho aos professores de literatura pelos próximos duzentos anos.

Embora decodificado, o livro de Joyce ainda arranca cara feia de muito sujeito que tenta lê-lo. O certo é que Ulysses virou marco na história da literatura. Os Cantos andam pelos cantos.

Para que os caminhos de Ulysses e Os Cantos fossem tão diferentes, além de o segundo não ter um equivalente a Pound para alardear suas eventuais virtudes, contribuiu o comportamento de seus autores.

Enquanto Joyce levou uma vida meio dândi e não se metia em política - quando falou da Irlanda, ninguém se interessou, a Irlanda nunca despertou atenção de quem não fosse irlandês -, Pound meteu os pés pelas mãos.

Fez programas radiofônicos em defesa de Benito Mussolini e do fascismo. Aquilo não pegou bem. Todo mundo conhece a história. Mussolini se ferrou. Ele tentou fugir para a Alemanha, disfarçado de soldado alemão, com sua amante Clara Petacci.

A resistência descobriu e os dois foram executados e seus corpos pendurados de cabeça para baixo, expostos à execração pública. Destino parecido teve colaboradores de fascistas e nazistas.

Os humilhados e ofendidos estavam soltos e queriam vingança. Acusado de traição, Pound foi preso numa jaula feita com ferros retorcidos de um avião abatido e depois levado para os Estados Unidos.

E ficaria na cadeia o resto da vida se alguns advogados não provassem que o poeta era louco de pedra. Talvez até fosse. Pound fez cara de louco o resto da vida e tratou de manter a boca fechada.

Lugar de louco é no sanatório. Ele ficou treze anos num hospital psiquiátrico de Washington, até a acusação de traição ser retirada em 1958. Pound voltou para a Itália e até 1972 dedicou-se a concluir Os Cantos, tarefa iniciada em 1904.

Os brasileiros Augusto e Haroldo de Campos eram entusiastas dos métodos de Pound. Em uma carta endereçada a Augusto, Pound perguntou se o pessoal da USP não tinha interesse em contratá-lo como professor. A coisa deu em nada.

Quando morreu em novembro de 1972 aos 87 anos, Pound era uma espécie de meteoro que abriu um enorme sulco na superfície da literatura, e cuja obra magna permanecia incompreendida. Mas uma coisa era evidente. Pequeno Ezra Pound não foi.

A influência de Pound se estende sobre uma expressiva parte de tudo que foi revolução estética ou estilo na literatura moderna. Os seus métodos (paideuma) de garimpagem de textos elementares continuam quase as únicas referências para quem quer navegar no turbilhão de páginas literárias produzidas pela humanidade desde alguns milênios.

Sem contar que foi secretário particular de W. B. Yeats e de uma forma ou outra influenciou gente como James Joyce, E. E. Cummings, William Carlos Willians, T. S. Eliot, de quem cortou a maior parte do poeta The Waste Land, ficando melhor que o original e merecendo dedicatória do autor: ‘A Ezra Pound, o melhor artífice’. Se os grandes o reverenciavam, eles deviam saber o que estavam fazendo. Ou não?

Aliás, sobre Yeats, que tentou aprender esgrima aos 45 anos, Pound tem uma frase deliciosa: ‘Ás vezes dava a impressão de ser até mais idiota que eu’. É só uma frase.

Claro que de idiota Pound não tinha nada, apenas se deu mal com a política. Basta ler dois de seus livros de ensaios publicados no Brasil e que servem de guias para adentrar a boa literatura. ABC da Literatura (ABC of Reading, de 1934), em que o autor dá a sua definição de clássico. Para ele, livro clássico é aquele que fica jovem para sempre. Ou seja, um livro que todas as gerações leem e sempre acham algo interessante nele.

Parodiando Dalton Trevisan, ele era do tipo que achava que o nome do escritor é feito por sua obra e não por estripulias, causas políticas ou geniais golpes de marketing - hoje em dia tem muito disso.

Se a obra não o sustentar, o escritor ou poeta pode até se tornar uma figura notável, mas por outros motivos, não por sua literatura. Em outro livro de ensaios, A Arte da Poesia, ele dá conselhos para quem quer se meter a fazer poesia.

Conselhos que valem até hoje: ‘Não use palavras supérfluas, nem adjetivos que nada revelam. Não use expressões como ‘brumosas terras de paz’. Isso obscurece a imagem. Mistura o abstrato com o concreto. Receie as abstrações.

Não reproduza em versos medíocres o que já foi dito em boa prosa. O que cansa os entendidos de hoje cansará o público de amanhã’. Era generoso ao orientar os jovens poetas. Muita gente que o leu deixou de passar vexame com poemas cretinos - e outros viraram grandes poetas.

Mais: achava que a poesia medíocre, no fim das contas, é sempre a mesma em toda parte. E em todas as línguas haverá poetas e poemas medíocres. E defendia a importância da literatura, como poucos: ‘A linguagem é o principal meio de comunicação humana. Se o sistema nervoso de um animal não transmite sensações e estímulos, o animal se atrofia’.

E mais: ‘O povo que cresce habituado à má literatura é um povo que está em vias de perder o pulso de seu país e de si próprio’. O velho era terrível. E tinha um faro ainda mais terrível para coisas boas. Mas também devia saber que uma coisa é farejar coisas boas, outra é produzir coisas boas.

O seu enigma ainda permanece. Até, talvez, aparecer outro Ezra Pound para decifrá-lo e mostrar às gerações seguintes o lugar de Pound, se é que o tem, na constelação dos grandes poetas e na literatura de todos os tempos.

Por Edilson Pereira

Paraná Online

Graduate conference: New Research in Translation and Interpreting Studies

The Intercultural Studies Group is pleased to announce its fifth international conference for graduate students and young scholars engaged in research on Translation and Interpreting Studies.


Languages: English, Spanish.

Venue: Faculty of Letters, Universitat Rovira i Virgili, Tarragona, Spain

Keynote speakers: Gayatri Spivak, Columbia University; Alexis Nouss, University of Cardiff.

Format: Speakers will be given 20 minutes to present their project; each presentation will be followed by 15 minutes of discussion. This format is designed to promote international contacts among novice researchers and to encourage extensive feedback from peers.

Deadlines: Proposals by January 20, 2011. Notification of acceptance by March 1, 2011.

Publication: Selected speakers will later be invited to present 3,000-word papers for publication (style sheet here).

Conference fee: 50 euros (payment upon registration)

Organization: The conference is organized by the Intercultural Studies Group as part of its doctoral program in Translation and Intercultural Studies.

Rovira i Virgili

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Recrutamento Tradutor (Deloitte)

Área administrativa contrata tradutor com experiência profissional superior a 5 anos em versão, tradução e revisão nas Áreas contábil, financeira, jurídica e tributária.
Podem se candidatar profissionais com formação superior em tradutor-interprete ou Letras, inglês avançado e conhecimentos avançados do pacote Office.

Desejável familiaridade com softwares de memória de tradução (Trados, WordFast).

Os interessados devem efetuar o cadastramento do currículo no site http://www.deloitte.com.br/, selecionando a opção - Carreiras, Profissionais Experientes – Tradutor.

Recursos Humanos Nacional - Deloitte

Recrutamento e Seleção

Residencias para traducción del Centro Internacional de Traducción Literaria de Banff (BILTC) en México

Convocatoria de las residencias para traducción ofrecidas por el Centro Internacional de Traducción Literaria de Banff (BILTC) en México, que tendrán lugar del 6 al 25 de junio de 2011. Las residencias están
abiertas a traductores literarios con experiencia que hayan publicado por lo menos un libro o su equivalente. La fecha límite para la recepción de solicitudes es el 15 de febrero.

Banff

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dilma escolhe mulher para tradutora

Dentro da proposta de aumentar a participação feminina no governo, a presidente Dilma Rousseff terá uma mulher como tradutora de espanhol e italiano: Cynthia García, mexicana, filha de brasileira. Cynthia chegou a fazer alguns trabalhos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, será efetivada nessa função. Independentemente da fluência do presidente em outros idiomas, o Palácio do Planalto mantém um grupo de tradutores à disposição do gabinete presidencial.


Ainda não foram definidos os tradutores de inglês e francês, mas já está certo que os que atendiam Lula serão substituídos. Esses profissionais são contratados pelo Itamaraty para prestação de serviços eventuais. Lúcio Reiner, tradutor de francês e espanhol de Lula, é consultor da Câmara e será, agora, assessor internacional do vice-presidente Michel Temer.

Sérgio Xavier Ferreira, que era a sombra de Lula nos eventos internacionais mundo afora, acompanhou a presidente Dilma no dia da posse, mas não continuará atendendo à Presidência. A definição dos novos tradutores do Planalto deve acontecer ainda este mês.

Embora a presidente domine o francês, o inglês e o espanhol, a praxe do serviço público é ter tradução mesmo assim, por causa dos termos técnicos e das expressões regionais. O ex-presidente Fernando Henrique, que também falava essas línguas, em atos oficias era sempre acompanhado por tradutores. Nem sempre utilizava os seus serviços, como também deve fazer a presidente Dilma.

Na conversa com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban-Ki Moon, na segunda-feira, por exemplo, Dilma dispensou a tradução em boa parte do telefonema, mas o profissional estava a postos em seu gabinete no terceiro andar do Palácio do Planalto.

O Globo

CALL FOR PAPERS - Intratextual Voices in Translation: Concepts, Discourses and Practices

The International Research Group on Voice in Translation is organising a conference on "Intratextual Voices in Translation: concepts, discourse and practice" to be held on March 14-15, 2011 at the Maison Suger, Fondation Maison des sciences de l'homme, 16-18 Suger, Paris VIe, France.

Voice in Translation brings together scholars to explore through empirical research how concept(s) of voice in Translation Studies can provide new insights and new connections between such presently disparate concepts as authorial style, translator style, characters' speech, re-translation, self-translation, publishers' cuts, plagiarism, and intertextuality.

A text is a constellation of interacting `voices' some of which are easy to detect whereas others are more complicated to differentiate.

This conference aims at exploring how polyphony, narrative perspective, focalization and discursive identity function in translated texts, with the aim of achieving a better understanding of how concept(s) of voice are, and may be used, in Translation Studies.

Possible Topics for Papers:

• characters' voices in individual texts or generic corpora

• the voice of the translator in translated texts (the implied translator)

• translator style

• authorial style

• the voice of the retranslator

• reported discourse in translated texts as compared to the source texts

• voices in dubbings and subtitles

• voices from other texts (intertextuality) in translated texts

• gendered voices

• ideologically transformed voices in e.g. post-colonial or hybrid texts

• muted voices

We invite proposals for papers (20 minutes plus 10 minutes for discussion) in either English or French (for papers in French, please provide an abstract or handouts in English).

The conference is part of a series of conferences planned by Voice in Translation to develop a broad framework of translation analysis

around the notion of voice. The series continues with a conference on Para-textual Voices in Translation to take place in Copenhagen in November 2011 and a conference on Gendered Voices in Translation planned for Paris in March 2012.

Please send an abstract (200-250 words) of your paper before January 23, 2011 to Agnes Whitfield (agnesw@yorku. ca), Department of English, York University (Toronto, Canada). Notices of acceptance
will be sent by February14, 2011.

The Conference programme and other useful information will be posted at the website of the research group:


Scientific Committee:

Cecilia Alvstad, Department of Literature, Area Studies and European Languages, University of Oslo; Institute for Interpretation and Translation Studies, Stockholm University; Kristiina Taivalkoski- Shilov, Department of Modern Languages, University of Helsinki, Finland; Jeroen Vandaele, Department of Literature, Area Studies and European Languages, University of Oslo; Agnes Whitfield, Department of English, York University, Toronto, Canada.