Clarisse Goulart é responsável pela legendagem dos curtas e longas da mostra
Ela tem lugar garantido em todas as sessões do Festival do Rio. No Cine Odeon tem a seu dispor a melhor poltrona da suntuosa sala de projeção, localizada na primeira fila do segundo andar do prédio. Clarisse Goulart é a pessoa responsável pela legendagem dos curtas e longas da mostra.
Por isso mesmo ela pode se dar o luxo de falar que vê todos os filmes do Festival, sem precisar disputar espaço com outros anônimos nas imensas filas que se formam do lado de fora e até com celebridades. Várias vezes, quanto aos filmes mais concorridos, houve casos de artistas que não conseguiram poltronas se arrumaram em algum canto, na escada mesmo. Não é o caso de Clarisse.
A produtora cultural, de 30 anos, classifica sua função como “legendadora” ou simplesmente “lançadora de legendas”. Quando o filme é em português, a legenda vai em inglês. Se o filme for de alguma outra língua, a legenda é em português. Mas o trabalho não é tão simples.
Ela precisa ficar atenta para qualquer eventualidade. “Acontece muito de soltar a legenda fora da hora. Isso porque quando me mandam o filme, muitas vezes ele não é a edição final, a que vai ser exibida. Então surgem distorções que o público pode perceber”, conta Clarisse, expert em inglês, espanhol e francês. “Mas também consigo me virar com filmes em japonês”, garante.
Nada de saco de pipocas. É munida com um teclado em seu colo, ligado por cabos que vão para duas telas de computadores a sua frente, que Clarisse se concentra em cada fala dos personagens. Sua equipe é integrada por outros quarenta “legendadores” e tradutores, que se intercalam entre os cinemas que passam filmes do Festival.
O software que ela usa tem o seu nome. Isso porque foi ela mesma quem inventou. “É mais prático do que o powerpoint, que costumava travar muito durante os filmes. Fiz algo mais simples, basta eu ficar com o dedo na tecla ‘enter’ e saber a hora de apertar”, explica.
A equipe do iG acompanhou algumas horas de trabalho de Clarisse, durante a exibição de três curtas, na noite deste domingo (16). Descanso ela só teve na exibição do primeiro trabalho, “Cavalo”, sem falas. Portanto, sem legendas para “lançar” na tela. Ainda assim, Clarisse acompanhou atenta o que se passava.
Com tantos filmes vistos em quase duas semanas de evento, a lançadora de legendas tem as suas preferências. “Gostei de ‘Uma longa viagem’, de Lucia Murat. E de um outro, espanhol, ‘Todas as canções’. São ótimos, recomendo”, diz. Há também, claro, os filmes que prefere esquecer. “Tem aqueles que aparecem cenas grotescas, nem lembro o nome”, conta. Nem tudo é diversão no escurinho do cinema.
Último Segundo
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Tradução
Venceu o Prêmio Jabuti na categoria tradução a obra "O livro de Dede Korkut", tradução de Marco Syrayama de Pinto.
Veja a lista dos vencedores:
Prosa Online
Veja a lista dos vencedores:
Prosa Online
Literatura brasileira para o mundo
Luisa Frey
Deutsche Welle
"Em 2014, o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol. Mas, para nós da literatura, a Copa do Mundo será em 2013, em Frankfurt." Assim o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, abriu o anúncio do novo Programa de Incentivo à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior durante o primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt, nesta quarta-feira (12/10). Tendo em vista a participação do Brasil como país homenageado da maior feira do livro do mundo em 2013, o governo brasileiro investirá R$ 12 milhões em bolsas de tradução concedidas a editoras estrangeiras. O programa faz parte de um conjunto de ações com o objetivo de internacionalizar a literatura do Brasil, um dos dez maiores produtores de livros do mundo.
Programas semelhantes já existiam no Brasil, mas não com tal dimensão: o valor investido anualmente pela Fundação Biblioteca Nacional - um órgão do Ministério da Cultura - até 2020 é dez vezes maior que o concedido a incentivos de traduções nos últimos dez anos. Além disso, o programa promete ser ininterrupto, permitindo inscrições a qualquer momento durante a próxima década. Entre 2011 e 2013 - quando, depois da Índia, o Brasil será o segundo país a ser homenageado duas vezes na Buchmesse (a primeira foi em 1994) - serão investidos R$ 3,2 milhões, com bolsas entre 2 mil e 8 mil dólares por obra, dependendo da dimensão.
Além das bolsas de tradução para todos os gêneros literários, o programa concederá apoio financeiro à reedição de títulos já traduzidos - entre 500 e 4 mil dólares. O orçamento do programa aumentará progressivamente - passando de um total de R$ 1,1 milhão em 2011 para R$ 1,4 milhão em 2020. "A literatura tem um papel importante na difusão da cultura brasileira. Ela transmite o modo de pensar, de viver e de encarar o mundo dos brasileiros, mostrando que o país tem muito mais a oferecer do que futebol e carnaval", afirma Amorim.
O programa havia sido anunciado no Brasil durante a Festa Literária de Paraty (Flip), em julho, e a Feira do Livro de Frankfurt foi tomada como oportunidade para chamar a atenção de editoras estrangeiras para a iniciativa. Além de Amorim, discursaram Renato Prado Guimarães, ex-cônsul geral do Brasil em Frankfurt, e Danilo Zimbres, vice-cônsul do Brasil em Frankfurt.
Paralelamente ao anúncio do programa de fomento à tradução, também foi lançado na feira o Diálogo Literário Brasil-Alemanha, uma espécie de fórum entre autores, editores, tradutores e agentes literários dos dois países. O objetivo é efetivar parcerias, com apoio do programa de tradução do governo.
Zimbres explica que tais iniciativas fazem parte de um esforço do Brasil para estreitar relações com a Alemanha. "Também pretendemos ter uma presença internacional constante no âmbito da cultura, que ajude a projetar uma imagem mais positiva e menos estereotipada do Brasil, condizente com a realidade do Brasil moderno", considera.
O foco específico na Alemanha, parceiro estratégico do Brasil, faz parte dos preparativos para a presença do Brasil como homenageado da feira de 2013. "Queremos estimular a tradução de livros brasileiros para o alemão, um idioma importantíssimo", diz Zimbres, ressaltando que, paralelamente, em 2013 será comemorado o Ano da Alemanha no Brasil. "É um momento muito rico de aprofundamento do diálogo e dos laços culturais entre os dois países."
"A Alemanha representa uma porta de entrada para o mercado mundial de livros por conta da sua importância na área. Para nós, brasileiros, além de ser a maior feira de livros do mundo, esta feira é um trampolim para a internacionalização de nossa literatura", completa Amorim.
Leia o texto completo na Tribuna do Norte
Deutsche Welle
"Em 2014, o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol. Mas, para nós da literatura, a Copa do Mundo será em 2013, em Frankfurt." Assim o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, abriu o anúncio do novo Programa de Incentivo à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior durante o primeiro dia da Feira do Livro de Frankfurt, nesta quarta-feira (12/10). Tendo em vista a participação do Brasil como país homenageado da maior feira do livro do mundo em 2013, o governo brasileiro investirá R$ 12 milhões em bolsas de tradução concedidas a editoras estrangeiras. O programa faz parte de um conjunto de ações com o objetivo de internacionalizar a literatura do Brasil, um dos dez maiores produtores de livros do mundo.
Programas semelhantes já existiam no Brasil, mas não com tal dimensão: o valor investido anualmente pela Fundação Biblioteca Nacional - um órgão do Ministério da Cultura - até 2020 é dez vezes maior que o concedido a incentivos de traduções nos últimos dez anos. Além disso, o programa promete ser ininterrupto, permitindo inscrições a qualquer momento durante a próxima década. Entre 2011 e 2013 - quando, depois da Índia, o Brasil será o segundo país a ser homenageado duas vezes na Buchmesse (a primeira foi em 1994) - serão investidos R$ 3,2 milhões, com bolsas entre 2 mil e 8 mil dólares por obra, dependendo da dimensão.
Além das bolsas de tradução para todos os gêneros literários, o programa concederá apoio financeiro à reedição de títulos já traduzidos - entre 500 e 4 mil dólares. O orçamento do programa aumentará progressivamente - passando de um total de R$ 1,1 milhão em 2011 para R$ 1,4 milhão em 2020. "A literatura tem um papel importante na difusão da cultura brasileira. Ela transmite o modo de pensar, de viver e de encarar o mundo dos brasileiros, mostrando que o país tem muito mais a oferecer do que futebol e carnaval", afirma Amorim.
O programa havia sido anunciado no Brasil durante a Festa Literária de Paraty (Flip), em julho, e a Feira do Livro de Frankfurt foi tomada como oportunidade para chamar a atenção de editoras estrangeiras para a iniciativa. Além de Amorim, discursaram Renato Prado Guimarães, ex-cônsul geral do Brasil em Frankfurt, e Danilo Zimbres, vice-cônsul do Brasil em Frankfurt.
Paralelamente ao anúncio do programa de fomento à tradução, também foi lançado na feira o Diálogo Literário Brasil-Alemanha, uma espécie de fórum entre autores, editores, tradutores e agentes literários dos dois países. O objetivo é efetivar parcerias, com apoio do programa de tradução do governo.
Zimbres explica que tais iniciativas fazem parte de um esforço do Brasil para estreitar relações com a Alemanha. "Também pretendemos ter uma presença internacional constante no âmbito da cultura, que ajude a projetar uma imagem mais positiva e menos estereotipada do Brasil, condizente com a realidade do Brasil moderno", considera.
O foco específico na Alemanha, parceiro estratégico do Brasil, faz parte dos preparativos para a presença do Brasil como homenageado da feira de 2013. "Queremos estimular a tradução de livros brasileiros para o alemão, um idioma importantíssimo", diz Zimbres, ressaltando que, paralelamente, em 2013 será comemorado o Ano da Alemanha no Brasil. "É um momento muito rico de aprofundamento do diálogo e dos laços culturais entre os dois países."
"A Alemanha representa uma porta de entrada para o mercado mundial de livros por conta da sua importância na área. Para nós, brasileiros, além de ser a maior feira de livros do mundo, esta feira é um trampolim para a internacionalização de nossa literatura", completa Amorim.
Leia o texto completo na Tribuna do Norte
Posfácio do Tradutor
Em 1954, quando vivia em Washington como mulher de um diplomata brasileiro, Clarice Lispector recebeu a tradução francesa de seu primeiro livro, Perto do coração selvagem. Publicado uma década antes no Rio de Janeiro, este livro foi seu primeiro a ser traduzido no estrangeiro, e o resultado foi calamitoso.
Numa série de cartas que supostamente “prejudicaram a saúde” de seu editor, ela deu conselhos valiosos para seus futuros tradutores.
“Admito, se o senhor quiser, que as frases não refletem a maneira usual de falar, mas lhe garanto que ocorre o mesmo em português”, ela escreve. “A pontuação que eu emprego no livro não é acidental e não resulta de uma ignorância das regras gramaticais. O senhor concordará que os princípios elementares de pontuação são ensinados em qualquer escola. Estou plenamente consciente das razões que me levaram a escolher essa pontuação e insisto que ela seja respeitada.”
Este é um ponto que seus tradutores fariam bem em reter: não importa quão estranha a prosa de Clarice soe em tradução, ela soa igualmente insólita no original. “A estrangeiridade de sua prosa é uma das evidências mais contundentes de nossa história literária e, ainda, da história de nossa língua”escreveu o poeta Lêdo Ivo.
A escritora canadense Claire Varin lamenta a tendência de seus tradutores a “arrancar os espinhos do cactus”.
Essa tendência é compreensível. Pode mesmo ser inevitável. As palavras esquisitas de Clarice Lispector, sua sintaxe estranha, a falta de interesse na gramática convencional produzem frases – ou fragmentos de frases – que vão na direção da abstração sem nunca chegarem lá. O seu objetivo, místico além de artístico, era reorganizar a linguagem convencional para encontrar sentido, sem nunca descartá-lo por completo.
Leia o texto completo no Blog da Cosac Naify
Numa série de cartas que supostamente “prejudicaram a saúde” de seu editor, ela deu conselhos valiosos para seus futuros tradutores.
“Admito, se o senhor quiser, que as frases não refletem a maneira usual de falar, mas lhe garanto que ocorre o mesmo em português”, ela escreve. “A pontuação que eu emprego no livro não é acidental e não resulta de uma ignorância das regras gramaticais. O senhor concordará que os princípios elementares de pontuação são ensinados em qualquer escola. Estou plenamente consciente das razões que me levaram a escolher essa pontuação e insisto que ela seja respeitada.”
Este é um ponto que seus tradutores fariam bem em reter: não importa quão estranha a prosa de Clarice soe em tradução, ela soa igualmente insólita no original. “A estrangeiridade de sua prosa é uma das evidências mais contundentes de nossa história literária e, ainda, da história de nossa língua”escreveu o poeta Lêdo Ivo.
A escritora canadense Claire Varin lamenta a tendência de seus tradutores a “arrancar os espinhos do cactus”.
Essa tendência é compreensível. Pode mesmo ser inevitável. As palavras esquisitas de Clarice Lispector, sua sintaxe estranha, a falta de interesse na gramática convencional produzem frases – ou fragmentos de frases – que vão na direção da abstração sem nunca chegarem lá. O seu objetivo, místico além de artístico, era reorganizar a linguagem convencional para encontrar sentido, sem nunca descartá-lo por completo.
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O Curso de Pós-graduação em Tradução da Universidade Gama Filho recebe o ProZ.com, a maior comunidade internacional de tradutores e intérpretes, que realiza a III Conferência Brasileira de Tradutores, no Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de novembro de 2011, no Campus Downtown da UGF, na Barra da Tijuca.
As principais agências de tradução do mundo e muitas multinacionais procuram tradutores noProZ.com. A comunidade também oferece ferramentas e oportunidades para os seus membros.
A rede KudoZ dá suporte para os tradutores se ajudarem mutuamente com traduções ou explicações de termos e frases curtas.
No ProZ.com há conferências, sessões de treinamento (on-line e off-line) e powwows (reuniões informais de grupos de usuários ProZ.com que moram em áreas próximas) acontecendo no mundo todo. Estes eventos são um excelente modo de aperfeiçoar suas habilidades, conhecer novos profissionais e se divertir!
Há também discussões de questões relevantes para as profissões de tradutor ou intérprete em fóruns, tais como localização, assistência técnica para ferramentas CAT, estabelecendo-se profissionalmente, legendagem, etc.
O objetivo da III Conferência Brasileira de Tradutores é proporcionar aos profissionais da tradução do Brasil momentos de aprimoramento técnico, troca de informações, debate,networking, prospecção de clientes, reflexão, e, claro, descontração.Investimento:
Inscrições regulares (a partir de 1º de outubro)
Membros pagantes do ProZ.com: R$ 250,00 (US$150.00)
Membros gratuitos do ProZ.com: R$ 300,00 (US$190.00)
Descontos para estudantes (válido durante todo o período de inscrição)
Alunos da Pós-graduação em Tradução da UGF: R$ 125,00 (US$80.00)
Ex-alunos da UGF e alunos de outras instituições: R$ 150,00 (US$110.00)
Para obter mais informações sobre o evento, entre em contato com Filipe Alverca, aluno da Pós-Graduação em Tradução de Inglês do campus Candelária:organizador3cbtproz@gmail.comMais informações: http://www.ugfpos.comInscrições e pagamentos no site: http://www.proz.com/conference/215Atenciosamente,
Departamento de Língua e Tradução.
Universidade Gama Filho
Tel. (21) 3442-0755/56
http://www.ugfpos.com/
As principais agências de tradução do mundo e muitas multinacionais procuram tradutores noProZ.com. A comunidade também oferece ferramentas e oportunidades para os seus membros.
A rede KudoZ dá suporte para os tradutores se ajudarem mutuamente com traduções ou explicações de termos e frases curtas.
No ProZ.com há conferências, sessões de treinamento (on-line e off-line) e powwows (reuniões informais de grupos de usuários ProZ.com que moram em áreas próximas) acontecendo no mundo todo. Estes eventos são um excelente modo de aperfeiçoar suas habilidades, conhecer novos profissionais e se divertir!
Há também discussões de questões relevantes para as profissões de tradutor ou intérprete em fóruns, tais como localização, assistência técnica para ferramentas CAT, estabelecendo-se profissionalmente, legendagem, etc.
O objetivo da III Conferência Brasileira de Tradutores é proporcionar aos profissionais da tradução do Brasil momentos de aprimoramento técnico, troca de informações, debate,networking, prospecção de clientes, reflexão, e, claro, descontração.Investimento:
Inscrições regulares (a partir de 1º de outubro)
Membros pagantes do ProZ.com: R$ 250,00 (US$150.00)
Membros gratuitos do ProZ.com: R$ 300,00 (US$190.00)
Descontos para estudantes (válido durante todo o período de inscrição)
Alunos da Pós-graduação em Tradução da UGF: R$ 125,00 (US$80.00)
Ex-alunos da UGF e alunos de outras instituições: R$ 150,00 (US$110.00)
Para obter mais informações sobre o evento, entre em contato com Filipe Alverca, aluno da Pós-Graduação em Tradução de Inglês do campus Candelária:organizador3cbtproz@gmail.comMais informações: http://www.ugfpos.comInscrições e pagamentos no site: http://www.proz.com/conference/215Atenciosamente,
Departamento de Língua e Tradução.
Universidade Gama Filho
Tel. (21) 3442-0755/56
http://www.ugfpos.com/
Fiel e corajosa
Por Francisco Quinteiro Pires
Para o Valor, de Nova York
Ampliar imagemNatasha Wimmer, tradutora de outros latino-americanos, sobre os textos de Bolaño: "Dificilmente vou encontrar obra tão desafiadora nos próximos anos".
Roberto Bolaño é a maior sensação literária de Nova York. Nos últimos anos, ele se transformou no talismã de escritores, críticos e leitores. Seus livros aparecem em posição destacada nas livrarias e estão disponíveis nas bibliotecas públicas. O culto ao seu nome se tornou signo de inteligência.
A responsável principal pela consolidação dessa tendência é a tradutora Natasha Wimmer, de 38 anos. A moda se espalhou quando Natasha verteu para o inglês "Os Detetives Selvagens" (1998) e "2666" (2004), romances com os quais Bolaño ganhou fama internacional.
Em resenha sobre "Os Detetives Selvagens" para o "New York Times", James Wood, badalado crítico americano, confessou que sua "loucura" pelo escritor chileno foi desencadeada pela "talentosa tradução" feita por Natasha em 2006. "Repetidas vezes, ela encontra soluções na língua inglesa para um romance de informalidade linguística diabólica", escreveu Wood. Embora goste de dividir os méritos com Chris Andrews, tradutor de romances mais curtos, como "Noturno do Chile" e "Estrela Distante", ela fez o trabalho que despertou a atenção da imprensa.
"Como observo de dentro o fenômeno, tenho dificuldade de entender por que Bolaño se tornou canônico", diz Natasha. "Quando se referem a ele como um marco cultural, ainda sinto calafrios." O espanto da tradutora com a celebridade do ficcionista vem da recordação de um indivíduo pobre e doente que rejeitou com fúria o establishment literário.
Natasha traduziu a obra de outros escritores latino-americanos, como Mario Vargas Llosa (peruano), Laura Restrepo (colombiana) e Juan Pedro Gutiérrez (cubano). Mas sua carreira deu uma guinada com Bolaño. "Cheguei ao meu auge com seus romances", diz. "Dificilmente vou encontrar nos próximos anos uma obra tão desafiadora."
As traduções mais recentes de Natasha foram "O Terceiro Reich" (disponível em português pela Companhia das Letras) e "Between Parentheses" (sem tradução no Brasil). Organizado por Ignacio Echevarría, "Between Parentheses" foi publicado originalmente em 2004 pela Anagrama. "Entre Paréntesis", título extraído da coluna assinada por Bolaño no jornal chileno "Las Últimas Noticias", reúne ensaios, artigos e discursos do período 1998-2003.
Em 1998, Bolaño publicou "Os Detetives Selvagens", pelo qual recebeu os prêmios Herralde de Novela e Rómulo Gallegos. Deixou de ser um escritor pouco conhecido que vivia isolado em Blanes, cidade litorânea da Espanha. O telefone passou a tocar.
"Between Parentheses" (New Directions, 390 págs., U$ 24,95) oferece em seu conteúdo autobiográfico uma cartografia emocional e intelectual de Bolaño, segundo Echevarría. Escritos sob o diagnóstico de uma doença hepática e em paralelo com o romance inacabado "2666", os textos preservam o caráter urgente e visceral comum às ficções do romancista chileno. "Tudo que escrevi é uma carta de amor ou de despedida para minha geração."
O livro se inicia com um autorretrato cheio de bom humor, um dos traços marcantes de seu estilo. "Nasci em 1953, ano em que Stálin e Dylan Thomas morreram. Embora tenha vivido na Europa por mais de 20 anos, minha única nacionalidade é chilena, o que não me impede de ser profundamente espanhol e latino-americano."
Depois de contar que viveu no Chile, México e Espanha, ele confessa ter trabalhado "em todos os empregos do mundo, exceto três ou quatro que um pouco de dignidade proíbe aceitar", e afirma ser mais feliz lendo do que escrevendo. Ele adora fazer listas dos escritores amados e odiados. Nicanor Parra e Jorge Luis Borges pertencem aos primeiros. Gabriel García Márquez, Isabel Allende e Paulo Coelho estão entre os desprezados.
"O que fascina em alguns textos é o afeto do escritor por Blanes, onde viveu os seus últimos 20 anos", diz Natasha. "Blanes é uma cidade indefinida, modesta e desconhecida. Serve como lugar para o descanso dos viajantes, algo que Bolaño sempre foi em certa medida." Conhecida como "selva marítima", a 65 km de Barcelona, Blanes agora recebe visitas de seguidores do romancista chileno, que chegou por acaso à cidade catalã nos anos 1980.
O exílio é um tema constante em "Between Parentheses". Embora vista pela crítica como o fardo trágico de Bolaño, a mudança de país é um estranhamento comparável à imersão no universo literário. Para ele, "toda literatura carrega o exílio dentro de si". "As terras estrangeiras são uma realidade geográfica objetiva ou uma construção mental em fluxo permanente?", pergunta. Bolaño diz em "Exiles" que o expatriado é alguém em perpétua jornada. "Ser exilado não é desaparecer, mas encolher, é aos poucos ficar cada vez menor até alcançar nosso peso real, o verdadeiro peso de nossa natureza."
Em "The Corridor with no Apparent Way Out", ele narra a experiência do retorno ao Chile no fim de 1998. A descrição de um jantar com a escritora Diamela Eltit e seu marido, o ministro Jorge Arrate, enerva a elite intelectual chilena. Na segunda volta, em 1999, ele sofre represália pelos comentários. Aquela noite de 1998 inspirou "Noturno do Chile", o mais bem acabado de seus livros, segundo o próprio autor.
"Between Parentheses" termina com uma das últimas entrevistas de Bolaño. Concedida à jornalista Mónica Maristain, foi publicada pela edição mexicana da "Playboy" em 15 de julho de 2003, dia da sua morte. As respostas mostram como ele é "intensamente ambicioso e desbravadamente humano", segundo a tradutora.
O próximo projeto de Natasha é traduzir "Los Sinsabores del Verdadero Policía" (Anagrama), livro póstumo de Bolaño publicado no início do ano. Ela se diz fascinada com o ritmo da prosa do escritor, difícil de transpor para o inglês. "Luto com a tentação de suavizar as frases que parecem sem harmonia", diz. "Aprendi a aceitar que o estilo de Bolaño nunca é previsível e às vezes pode ser estranho de propósito."
O uso livre da linguagem, que incorpora regionalismos, é a maior característica do autor chileno, afirma a tradutora. Esse era seu verdadeiro território. Inspirado por Fernando Pessoa, cujo nome lamenta ter esquecido em texto de "Between Parentheses", Bolaño afirmou ser a língua espanhola a sua terra natal.
Valor Econômico
Para o Valor, de Nova York
Ampliar imagemNatasha Wimmer, tradutora de outros latino-americanos, sobre os textos de Bolaño: "Dificilmente vou encontrar obra tão desafiadora nos próximos anos".
Roberto Bolaño é a maior sensação literária de Nova York. Nos últimos anos, ele se transformou no talismã de escritores, críticos e leitores. Seus livros aparecem em posição destacada nas livrarias e estão disponíveis nas bibliotecas públicas. O culto ao seu nome se tornou signo de inteligência.
A responsável principal pela consolidação dessa tendência é a tradutora Natasha Wimmer, de 38 anos. A moda se espalhou quando Natasha verteu para o inglês "Os Detetives Selvagens" (1998) e "2666" (2004), romances com os quais Bolaño ganhou fama internacional.
Em resenha sobre "Os Detetives Selvagens" para o "New York Times", James Wood, badalado crítico americano, confessou que sua "loucura" pelo escritor chileno foi desencadeada pela "talentosa tradução" feita por Natasha em 2006. "Repetidas vezes, ela encontra soluções na língua inglesa para um romance de informalidade linguística diabólica", escreveu Wood. Embora goste de dividir os méritos com Chris Andrews, tradutor de romances mais curtos, como "Noturno do Chile" e "Estrela Distante", ela fez o trabalho que despertou a atenção da imprensa.
"Como observo de dentro o fenômeno, tenho dificuldade de entender por que Bolaño se tornou canônico", diz Natasha. "Quando se referem a ele como um marco cultural, ainda sinto calafrios." O espanto da tradutora com a celebridade do ficcionista vem da recordação de um indivíduo pobre e doente que rejeitou com fúria o establishment literário.
Natasha traduziu a obra de outros escritores latino-americanos, como Mario Vargas Llosa (peruano), Laura Restrepo (colombiana) e Juan Pedro Gutiérrez (cubano). Mas sua carreira deu uma guinada com Bolaño. "Cheguei ao meu auge com seus romances", diz. "Dificilmente vou encontrar nos próximos anos uma obra tão desafiadora."
As traduções mais recentes de Natasha foram "O Terceiro Reich" (disponível em português pela Companhia das Letras) e "Between Parentheses" (sem tradução no Brasil). Organizado por Ignacio Echevarría, "Between Parentheses" foi publicado originalmente em 2004 pela Anagrama. "Entre Paréntesis", título extraído da coluna assinada por Bolaño no jornal chileno "Las Últimas Noticias", reúne ensaios, artigos e discursos do período 1998-2003.
Em 1998, Bolaño publicou "Os Detetives Selvagens", pelo qual recebeu os prêmios Herralde de Novela e Rómulo Gallegos. Deixou de ser um escritor pouco conhecido que vivia isolado em Blanes, cidade litorânea da Espanha. O telefone passou a tocar.
"Between Parentheses" (New Directions, 390 págs., U$ 24,95) oferece em seu conteúdo autobiográfico uma cartografia emocional e intelectual de Bolaño, segundo Echevarría. Escritos sob o diagnóstico de uma doença hepática e em paralelo com o romance inacabado "2666", os textos preservam o caráter urgente e visceral comum às ficções do romancista chileno. "Tudo que escrevi é uma carta de amor ou de despedida para minha geração."
O livro se inicia com um autorretrato cheio de bom humor, um dos traços marcantes de seu estilo. "Nasci em 1953, ano em que Stálin e Dylan Thomas morreram. Embora tenha vivido na Europa por mais de 20 anos, minha única nacionalidade é chilena, o que não me impede de ser profundamente espanhol e latino-americano."
Depois de contar que viveu no Chile, México e Espanha, ele confessa ter trabalhado "em todos os empregos do mundo, exceto três ou quatro que um pouco de dignidade proíbe aceitar", e afirma ser mais feliz lendo do que escrevendo. Ele adora fazer listas dos escritores amados e odiados. Nicanor Parra e Jorge Luis Borges pertencem aos primeiros. Gabriel García Márquez, Isabel Allende e Paulo Coelho estão entre os desprezados.
"O que fascina em alguns textos é o afeto do escritor por Blanes, onde viveu os seus últimos 20 anos", diz Natasha. "Blanes é uma cidade indefinida, modesta e desconhecida. Serve como lugar para o descanso dos viajantes, algo que Bolaño sempre foi em certa medida." Conhecida como "selva marítima", a 65 km de Barcelona, Blanes agora recebe visitas de seguidores do romancista chileno, que chegou por acaso à cidade catalã nos anos 1980.
O exílio é um tema constante em "Between Parentheses". Embora vista pela crítica como o fardo trágico de Bolaño, a mudança de país é um estranhamento comparável à imersão no universo literário. Para ele, "toda literatura carrega o exílio dentro de si". "As terras estrangeiras são uma realidade geográfica objetiva ou uma construção mental em fluxo permanente?", pergunta. Bolaño diz em "Exiles" que o expatriado é alguém em perpétua jornada. "Ser exilado não é desaparecer, mas encolher, é aos poucos ficar cada vez menor até alcançar nosso peso real, o verdadeiro peso de nossa natureza."
Em "The Corridor with no Apparent Way Out", ele narra a experiência do retorno ao Chile no fim de 1998. A descrição de um jantar com a escritora Diamela Eltit e seu marido, o ministro Jorge Arrate, enerva a elite intelectual chilena. Na segunda volta, em 1999, ele sofre represália pelos comentários. Aquela noite de 1998 inspirou "Noturno do Chile", o mais bem acabado de seus livros, segundo o próprio autor.
"Between Parentheses" termina com uma das últimas entrevistas de Bolaño. Concedida à jornalista Mónica Maristain, foi publicada pela edição mexicana da "Playboy" em 15 de julho de 2003, dia da sua morte. As respostas mostram como ele é "intensamente ambicioso e desbravadamente humano", segundo a tradutora.
O próximo projeto de Natasha é traduzir "Los Sinsabores del Verdadero Policía" (Anagrama), livro póstumo de Bolaño publicado no início do ano. Ela se diz fascinada com o ritmo da prosa do escritor, difícil de transpor para o inglês. "Luto com a tentação de suavizar as frases que parecem sem harmonia", diz. "Aprendi a aceitar que o estilo de Bolaño nunca é previsível e às vezes pode ser estranho de propósito."
O uso livre da linguagem, que incorpora regionalismos, é a maior característica do autor chileno, afirma a tradutora. Esse era seu verdadeiro território. Inspirado por Fernando Pessoa, cujo nome lamenta ter esquecido em texto de "Between Parentheses", Bolaño afirmou ser a língua espanhola a sua terra natal.
Valor Econômico
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Polémica em torno de Tévez aponta agora culpas para o seu tradutor
A polémica em torno de Carlos Tévez continua. A imprensa britânica noticia que o tradutor que acompanha o internacional argentino em todas as suas intervenções terá traduzido erroneamente as declarações do jogador no final do encontro frente ao Bayern de Munique, no qual, alegadamente, se recusou a entrar em campo.
Personalidades associadas a Tévez têm bombardeado a imprensa britânica de reacções e declarações referentes ao caso que incendiou com polémica o Manchester City.
Kia Joorabchian, agente do jogador, atirou que o responsável do clube encarregue de fazer as traduções em todas as intervenções de Tévez terá interpretado da maneira errada as palavras do argentino.
O Daily Telegraph adianta que o tradutor, o espanhol Pedro Marques, não terá compreendido as declarações de Tévez durante a entrevista logo após o fim da partida frente ao Bayern.
O diário britânico transcreveu, inclusivamente, partes da entrevista para sustentar a sua notícia.
«Não quis aquecer porque não me estava a sentir bem e achei que não seria o melhor. Por isso, achei que não estava em boas condições para entrar, porque a minha cabeça não estava no sítio certo», foi a resposta de Tévez quando o jornalista o questionou sobre a verdade do que se tinha passado.
Ao responder em espanhol, o tradutor apressou-se a traduzir a resposta do argentino para a língua inglesa, onde referiu, apenas: «Apenas não me estava a sentir bem anímica e mentalmente, e esta é a minha opinião».
A tradução, no mínimo, duvidosa, voltou a concretizar-se na pergunta seguinte. O jornalista confrontou Tévez com as palavras de Roberto Mancini, treinador dos ‘citizens’, quando disse que o argentino nunca mais voltaria a jogar no Manchester City sob o seu comando.
O avançado e capitão de equipa respondeu logo a seguir. «São decisões que ele tomou e tenho de concordar. Mas tenho sido profissional até aqui, fui o melhor marcador da equipa na época passado por isso acho que não mereço este tratamento», proferiu, antes de acrescentar: «Sim, quis sair [do clube]. Pedi para sair porque tinha problemas familiares, mas agora a minha família está aqui e estou feliz, mas não tenho o apoio do treinador».
Neste caso, a errónea tradução torna-se mais evidente, principalmente na segunda parte da resposta. «Eu quero sair devido a razões familiares, é a minha opinião, mas vou continuar a tentar fazer o melhor pelo clube», traduziu
Sol
Personalidades associadas a Tévez têm bombardeado a imprensa britânica de reacções e declarações referentes ao caso que incendiou com polémica o Manchester City.
Kia Joorabchian, agente do jogador, atirou que o responsável do clube encarregue de fazer as traduções em todas as intervenções de Tévez terá interpretado da maneira errada as palavras do argentino.
O Daily Telegraph adianta que o tradutor, o espanhol Pedro Marques, não terá compreendido as declarações de Tévez durante a entrevista logo após o fim da partida frente ao Bayern.
O diário britânico transcreveu, inclusivamente, partes da entrevista para sustentar a sua notícia.
«Não quis aquecer porque não me estava a sentir bem e achei que não seria o melhor. Por isso, achei que não estava em boas condições para entrar, porque a minha cabeça não estava no sítio certo», foi a resposta de Tévez quando o jornalista o questionou sobre a verdade do que se tinha passado.
Ao responder em espanhol, o tradutor apressou-se a traduzir a resposta do argentino para a língua inglesa, onde referiu, apenas: «Apenas não me estava a sentir bem anímica e mentalmente, e esta é a minha opinião».
A tradução, no mínimo, duvidosa, voltou a concretizar-se na pergunta seguinte. O jornalista confrontou Tévez com as palavras de Roberto Mancini, treinador dos ‘citizens’, quando disse que o argentino nunca mais voltaria a jogar no Manchester City sob o seu comando.
O avançado e capitão de equipa respondeu logo a seguir. «São decisões que ele tomou e tenho de concordar. Mas tenho sido profissional até aqui, fui o melhor marcador da equipa na época passado por isso acho que não mereço este tratamento», proferiu, antes de acrescentar: «Sim, quis sair [do clube]. Pedi para sair porque tinha problemas familiares, mas agora a minha família está aqui e estou feliz, mas não tenho o apoio do treinador».
Neste caso, a errónea tradução torna-se mais evidente, principalmente na segunda parte da resposta. «Eu quero sair devido a razões familiares, é a minha opinião, mas vou continuar a tentar fazer o melhor pelo clube», traduziu
Sol
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
TVs búlgaras destacam irritação de Dilma com tradutora
A comparação da presidente Dilma Rousseff com seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e a irritação da brasileira com uma tradutora durante seu discurso foram tema das três principais emissoras de televisão da Bulgária. Ela realiza uma visita oficial de dois dias ao país, em uma viagem que passou anteriormente pela Bélgica.
Um grupo de taxistas se reuniu no saguão de um hotel da capital para assistir às imagens do encontro entre ela e o presidente da Bulgária, Georgi Parvanov. Durante seu pronunciamento, a brasileira ficou visivelmente irritada com a tradutora búlgara, que por diversas vezes interrompia Dilma antes que a presidente terminasse suas frases.
Em alguns momentos, e diante dos olhares dos mais de 80 jornalistas brasileiros e búlgaros que cobriam o discurso, Dilma corrigiu a tradutora quando percebeu que algumas palavras (com som parecido com o latim) não haviam sido traduzidas corretamente. Outra emissora, ao chamar Dilma de "dama de ferro", provocou gargalhadas nos taxistas. O canal ainda frisou o momento em que a tradutora mais a irritou, quando a interrompeu por duas vezes na mesma frase antes que a terminasse. "O olhar penetrante da presidente brasileira certamente deixou a tradutora ainda mais nervosa", afirmou o canal.
Terra notícias
Um grupo de taxistas se reuniu no saguão de um hotel da capital para assistir às imagens do encontro entre ela e o presidente da Bulgária, Georgi Parvanov. Durante seu pronunciamento, a brasileira ficou visivelmente irritada com a tradutora búlgara, que por diversas vezes interrompia Dilma antes que a presidente terminasse suas frases.
Em alguns momentos, e diante dos olhares dos mais de 80 jornalistas brasileiros e búlgaros que cobriam o discurso, Dilma corrigiu a tradutora quando percebeu que algumas palavras (com som parecido com o latim) não haviam sido traduzidas corretamente. Outra emissora, ao chamar Dilma de "dama de ferro", provocou gargalhadas nos taxistas. O canal ainda frisou o momento em que a tradutora mais a irritou, quando a interrompeu por duas vezes na mesma frase antes que a terminasse. "O olhar penetrante da presidente brasileira certamente deixou a tradutora ainda mais nervosa", afirmou o canal.
Terra notícias
Morre no Rio o escritor, tradutor e jornalista Marcos Santarrita
RIO - O escritor, tradutor e jornalista Marcos Santarrita, ganhador de dois prêmios da Academia Brasileira de Letras (ABL), morreu na manhã desta quarta-feira em sua casa, em Copacabana. Seu corpo está sendo velado na capela da Real Grandeza, em Botafogo, e o sepultamento está programado para as 16h, no Cemitério São João Batista.
Santarrita nasceu em Aracaju, no dia 16 de abril de 1941 e foi criado na Bahia, iniciando a carreira literária escrevendo traduções e contos para o Jornal da Bahia, A Tarde e Diário de Notícias. Nos anos 60, fundou com outros escritores o periódico literário Revista da Bahia.
Em 1967, morando no Rio de Janeiro, foi redator dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e Última Hora, além da revista Fatos e Fotos. Nessa época, também colaborou com o jornal Folha de S. Paulo e a revista Isto é.
Os dois prêmios que ganhou na ABL foram: de ficção, por seu romance "Mares do Sul", em 2001; e de tradução (pelo conjunto da obra tradutória), em 2004.
O Globo
Livro reúne lado tradutor de Carlos Drummond
Autor de textos inesquecíveis, que vão da prosa à poesia com a mesma desenvoltura, Carlos Drummond de Andrade chega às livrarias brasileiras em uma faceta pouco conhecida do grande público, a de tradutor.
Lançamento da editora Cosac Naify (preço sugerido: R$ 78), “Poesia Traduzida” traz boa parte dos mais importantes poemas traduzidos pelo escritor nos anos 1930 e 1940, todos publicados em periódicos da época, muitas vezes sob pseudônimo.
Na lista estão obras de Bertolt Brecht (“Que Foi Que Recebeu a Mulher do Soldado?”), Federico García Lorca (“A Casada Infiel”), Guillaume Apollinaire (“A Casa dos Mortos”) e Dorothy Parker (“Pássaros”), entre outros.
Mais de 60 textos compõem o livro, que comprova o talento de Drummond ao trabalhar com idiomas como o francês e o inglês.
Band
Lançamento da editora Cosac Naify (preço sugerido: R$ 78), “Poesia Traduzida” traz boa parte dos mais importantes poemas traduzidos pelo escritor nos anos 1930 e 1940, todos publicados em periódicos da época, muitas vezes sob pseudônimo.
Na lista estão obras de Bertolt Brecht (“Que Foi Que Recebeu a Mulher do Soldado?”), Federico García Lorca (“A Casada Infiel”), Guillaume Apollinaire (“A Casa dos Mortos”) e Dorothy Parker (“Pássaros”), entre outros.
Mais de 60 textos compõem o livro, que comprova o talento de Drummond ao trabalhar com idiomas como o francês e o inglês.
Band
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