Quem tem domínio fluente de outro idioma que não seja o português e está à procura de boas oportunidades de emprego, a região de Campinas está com muitas vagas para quem quer trabalhar como tradutor e intérprete. Um jovem em início de carreira ganha entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil em uma empresa e um profissional com boa rede de contatos chega a receber R$ 15 mil por mês. O trabalho se divide entre a tradução de documentos, textos, contratos, publicações, áudios, filmes e legendas e a interpretação em palestras e eventos.
Nos últimos anos, muitas cidades do interior paulista receberam empresas multinacionais de diferentes setores. Por conta disso, os serviços de tradutores e de intérpretes se tornaram muito importantes em negociações, eventos empresariais e na recepção de profissionais de outros países. A tradução falada pode ser simultânea, feita ao vivo com uso de cabine e de equipamentos eletrônicos, ou consecutiva, feita no momento seguinte à fala do palestrante em curtos intervalos de tempo.
A tendência é que a demanda aumente ainda mais com importantes eventos esportivos sediados no Brasil nos próximos anos: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. De acordo com especialistas, quem quer investir na área agora não vai se arrepender.
Mas, além do inglês, as empresas estão contratando profissionais que sejam fluentes não só no inglês e no espanhol, mas também de mandarim, francês, coreano, entre outros.
Formação
Não existe a exigência de uma formação específica para quem quer trabalhar como tradutor ou intérprete, mas é importante que os profissionais da área tenham feito algum curso que aborde técnicas e teoria do campo de trabalho.
De acordo com a docente em tradução, literaturas de língua inglesa e compreensão de textos do curso de Letras da PUC-Campinas, Nair Leme Fobe, a tradução sempre foi muito importante em diferentes áreas, entre elas a empresarial, mas é um campo que está “bastante aquecido na área de tecnologia da informação”. Ela conta que muitos alunos são contratados para traduções técnicas, como a de manuais de softwares desenvolvidos por empresas da região de Campinas.
Consultores de Recursos Humanos defendem que além de se especializar, o profissional precisa ser investir nas habilidades de comunicação e ter flexibilidade de horário. E, antes de tudo, passar confiança para a empresa que fez a contratação. “Além do conhecimento do idioma, essa é uma pessoa que precisa ser bastante discreta e saber lidar muito bem com a confiabilidade das informações, já que ela vai ter acesso às informações estratégicas das empresas, explica a gerente de RH Viviane Gonzalez.
Gonzalez ressalta a diferença entre dominar o idioma fluentemente e a conseguir se comunicar, o que acontece com muitos executivos na região de Campinas. “Quando é necessário o idioma no business, que vai discutir questões contratuais, por exemplo, é imprescindível a presença de um intérprete durante a negociação”, enfatiza.
EPTV