ANA DE HOLLANDA, afilhada de Candido: programa de apoio à publicação de autores no exterior
PARATY. Um motivo afetivo e outro profissional trouxeram a ministra Ana de Hollanda à Flip no fim da tarde de ontem. O profissional foi o anúncio de um investimento de R$12 milhões para editoras estrangeiras interessadas em traduzir ou reeditar autores brasileiros. O valor deverá ser usado até 2020 e tem como objetivo fazer com que a literatura nacional circule mais pelo mundo. Já a questão afetiva que trouxe Ana à festa tem a ver com a conferência de abertura, realizada ontem e a cargo do crítico Antonio Candido: ele é padrinho da ministra.
Depois de Gilberto Gil, em 2003, ano de criação da festa, Ana é a segunda ministra da Cultura a prestigiar a Flip — e virou autoridade máxima no evento, já que a presidente Dilma Rousseff acabou cancelando segunda-feira a visita já programada a Paraty. Em sua apresentação sobre o projeto Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, Ana lembrou do bom momento do Brasil internacionalmente. O projeto vai conceder bolsas entre US$2 mil e US$8 mil para traduções, e apoio de US$500 a US$4 mil para reedições de obras fora de catálogo. Segundo o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, nos últimos dez anos o governo disponibilizou apenas cerca de R$100 mil anuais para a iniciativa. Já em 2011, num edital que será publicado amanhã, será R$1 milhão.
— O Itamaraty vai espalhar a proposta pelo mundo. A análise dos escolhidos será feita por uma comissão formada por críticos e escritores, mas sem integrantes do mercado editorial, para evitarmos conflitos de interesse — explicou Amorim.
O Globo