quinta-feira, 23 de julho de 2009

Concurso para Tradutor Público e Intérprete Comercial no Estado do Rio de Janeiro

Finalmente saiu o edital para Tradutor Público no Rio de Janeiro. Os idiomas são:
Inglês, Francês, Espanhol, Italiano, Alemão, Russo, Mandarim, Japonês, Sueco, Neerlandês, Norueguês, Árabe, Hebraico, Coreano, Latim, Húngaro, Polonês, Grego, Finlandês e Dinamarquês.

As inscrições serão recebidas somente via Internet, no endereço eletrônico
www.concurso.fgv.br/jucerja09, no período de 03 a 21 de agosto de 2009 e a taxa de inscrição é R$260 reais.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A poesia é traduzível?

Ivan Junqueira

À parte o ceticismo de alguns e a boa vontade de outros, a primeira exigência que se deve fazer a um tradutor de poesia é a de que ele seja um poeta, pois somente assim poderá enfrentar os desafios técnicos específicos desse gênero literário, como os do ritmo, da estrutura sintático-verbal, dos esquemas métricos e rímicos, da linguagem metalógica, do jogo de imagens e metáforas e de todos os outros elementos que constituem a retórica poética. Isto não quer dizer, necessariamente, que a tradução de poesia seja mais difícil que a dos textos em prosa, que têm também sua especificidade e suas armadilhas próprias. Lembro aqui a dificuldade que devem ter enfrentado os tradutores de Joyce ou Guimarães Rosa, para ficar apenas com estes dois. Mas há uma outra exigência, e não menos crucial: a do duplo domínio do idioma para o qual se irá realizar a tradução e do idioma em que se encontra escrito o texto a ser traduzido. São as assim designadas, respectivamente, língua de chegada e língua de partida. Talvez o erro capital neste ponto seja o fato de que, de um modo geral, saber o tradutor o seu próprio idioma nacional é considerado com o devido apreço, muito embora seja verdade que a ninguém é concedido o miraculoso privilégio de bem conhecer uma língua estrangeira sem conhecer a sua própria. Aliás, pelas oportunidades e confrontos vocabulares e sintáticos que oferece, a tradução transforma-se num veículo de notável eficácia para o conhecimento da própria língua nacional. E aqui caberia relembrar o que disse Goethe sobre o assunto: "Wer nur eine Sprache Kennt, Kennt nichts. Eine Sprache ist ein neur Geist." Em bom português: "Quem sabe somente uma língua nada sabe. Uma língua é um novo espírito."

Digestivo Cultural

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domingo, 19 de julho de 2009

Changing the World With Open Translation

While there are some pretty nifty machine-based language tools out there, no machine will ever trump human translation. Machine-based tools are fine for simple greetings and pleasantries. However, only human translators can help us understand the political and cultural nuances inherent in foreign texts. This is important on two accounts. Firstly, rather than bouncing ideas off a culturally insular echo-chamber, we have a chance to learn from others with distinctly different view points. And secondly, for the first time ever, world history moves from being a confined regional fact to an evolving and diverse discussion.
Human translation lets us address collective global issues while also seeing the negative and positive impact of our choices. For this reason a number of groups have come forward to produce open translation (or crowd sourced translation) projects. Here are just a few of those efforts:
1. Project Lingua: This service aims to reduce language barriers on the web. With Project Lingua, volunteers translate alternative media sources from citizen journalists on the Global Voices network.
2. Worldwide Lexicon: This project first parses information with machine translators and real humans review the translations to ensure they are accurate. From here, the group republishes the sites in a number of languages in order to encourage cross-cultural dialogue. The group also built Der Mundo - what WWL describes as a "general purpose translation community for blog and RSS feeds."
3. WikiProject Echo: WikiProject Echo is a program where volunteer translators contribute their efforts to expanding the scope of Wikipedia. Volunteers will certainly have their hands full translating this amount of data as the site advertises 2.9 million English articles alone.
4. TED Open Translation Project: For polyglots, the TED Open Translation Project is a great way to practice superior language skills while contributing to a cause-worthy project. We're big fans of this educational series. All translators and reviewers are credited on the web page for a talk they've translated as with the above Arabic translation.
5. Cucumis: Cucumis also employs volunteer translators and all translation is thoroughly peer-reviewed. Once a translator's work is accepted, they receive points. The points are redeemable for translations from others within the community.

From Read Write Web

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segunda-feira, 13 de julho de 2009

O espírito de uma época

Para ser poeta, é preciso ser mais que poeta. A máxima do poeta curitibano Paulo Leminski descreve bem a atuação de Haroldo de Campos. Suas contribuições para o cenário cultural brasileiro vão além dos poemas e das teorizações acerca do fazer poético.Os indícios deste homem de muitas artes, um polígrafo, para usar uma palavra quase em desuso, são encontrados em “Inteligência Brasileira: uma reflexão cartesiana”, livro do filósofo alemão Max Bense. Publicado na Alemanha em 1965, e até então inédito em português, o ensaio de Bense é uma tentativa de interpretação do ambiente cultural brasileiro, conhecido pelo autor em quatro viagens ao País que realizou nos anos 1960.O itinerário começa com o poeta: foi no final de 1959, que Max Bense conheceu Haroldo de Campos. O filósofo recebeu uma carta, redigida em francês, onde o poeta se apresentava como amigo de Eugen Gomringer, escritor suíço-boliviano, ligado ao alemão. O brasileiro solicitava um encontro, para apresentar a poesia concreta do grupo Noigandres. A trocar idéias trouxe benefícios para os dois lados: por um lado, Bense ajudou na internacionalização do movimento concreto e colaborou com as discussões acerca do design e da poesia visual, de autores próximos dos irmãos Campos. Por sua vez, o poeta introduziu no País as idéias de Bense, tornando-se seu primeiro tradutor.Dialética“Inteligência Brasileira” é uma ensaio breve, que se estrutura a partir de teses breves e numeradas. Neste sentido, remete ao estilo preciso, apesar de um tanto “poéticos”, de outros alemães, caso de Friedrich Nietzsche e Walter Benjamin, e do austríaco Ludwig Wittgenstein. Baseado no cenário progressista que encontrou aqui (Poesia Concreta, fundação da Escola de Desenho Industrial da Guanabara, a construção de Brasília), a tese central de Bense é que o Brasil seria dotado um espírito cartesiano, em interação dialética nossa passionalidade tropical. (DR)
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Diário do Nordeste 11.07.09